Bioimpedância

bioimpedância - Perda de peso

Se você já fez algum tipo de atividade física com acompanhamento profissional já deve ter ouvido falar do exame de bioimpedância. É um procedimento muito comum, realizado em academias de ginástica, por profissionais de educação física, nutricionistas e outros especialistas médicos. A avaliação é uma ferramenta importante na análise, estudo e acompanhamento da composição corporal do indivíduo.

Veja a seguir o que é, como é o exame de bioimpedância e qual a importância dele para a sua saúde.

Sumário

O que é o exame de bioimpedância

O exame de bioimpedância, ou bioimpedância elétrica (BIA), é um teste que tem o objetivo de descobrir a quantidade estimada de gordura, massa magra, água e outras substâncias presentes no corpo de um indivíduo.

Por meio desse exame também é possível definir a taxa metabólica do paciente. Ou seja, a quantidade de calorias gasta com o corpo em repouso, apenas com o trabalho diário dos seus órgãos, células e funcionamento de tecidos.

É como se fosse uma evolução da balança que apenas determina o peso geral do corpo de uma pessoa. Mas, nesse caso, a balança não faz diferenciação entre o que é gordura, músculo ou água. A balança apresenta valores gerais, enquanto a bioimpedância apresenta valores específicos.

O exame de bioimpedância é indicado para aqueles casos em que o indivíduo precisa de uma avaliação mais completa da sua composição corporal. A partir dessas informações, deverão ser traçadas estratégias para melhorar aquilo que não está dentro do esperado.

Normalmente, é uma solicitação do profissional de nutrição, do endocrinologista, mas também pode ser uma requisição do educador físico ou de qualquer especialidade médica que precisa dessas informações para iniciar ou continuar algum tratamento médico.

Dr. Alexandre Amato, cirurgião vascular do Instituto Amato, ensina como calcular o índice de massa corpórea (IMC) e fala sobre suas limitações e usos. O IMC foi descrito pela primeira vez em 1840 e é usado até hoje para avaliar o peso de uma pessoa em relação à sua altura. Ele tem algumas limitações, como o fato de não ser um diagnóstico de obesidade, pois uma pessoa com muito músculo pode ter um IMC alto e ainda assim não ser obesa. O IMC também é usado para avaliar a obesidade em grandes grupos, mas tem uma limitação para pessoas muito magras ou muito altas. É importante lembrar que o IMC não é o único indicador da saúde de uma pessoa e deve ser usado em conjunto com outros fatores, como a composição corporal e o perfil de riscos de doenças cardiovasculares.

Olá, sou doutor Alexandre Amatto, cirurgião vascular do Instituto Amato e hoje eu vou te ensinar a calcular o seu IMC, o seu índice de massa corpórea. Você vai entender como usar a calculadora pra fazer o seu IMC, vai entender as limitações do IMC pra sua saúde e o que você pode fazer com essa informação. Afinal, todo mundo usa o IMC. Ele tem seus problemas, mas também tem algumas vantagens. Então, o que a gente pode fazer com isso? Se você acha que alguém a sua volta, tá acima do peso ou precisa entender como calcular o IMC e usar essa informação, por favor, pega o link lá em cima, encaminha pra essa pessoa, copia e manda também nos seus grupos de WhatsApp, vamos ajudar a divulgar essa informação de qualidade, afinal, o canal só existe se tiver gente assistindo nossos vídeos. Então, vamos falar sobre o índice de massa corpórea. Ele foi descrito pela primeira vez em 1840 na Bélgica, então é uma coisa assim muito antiga e que é usado até hoje. O grande problema é como usar essa informação e o que entender o que ele traz de informação, né? O índice de massa corpórea ele pode trazer erros de compreensão e tem limitação do que ele pode falar que tem e pode não falar que tem, então a gente tem que saber usar isso aí. Por exemplo, uma pessoa que tem muito músculo, um halterofilista, ele vai ser muito mais pesado em relação a sua altura do que uma pessoa que não tem tanto músculo assim, então você pode ter um halterofilista que tem o IMC alto e pode sugerir uma obesidade, enquanto na verdade ele tem é muito músculo e então não é um diagnóstico de obesidade. Então sabendo disso, a gente vai entender que o IMC não serve para diagnóstico de obesidade, muito embora a gente usa aquelas faixas numéricas que eu não vou mostrar pra vocês, pra sugerir o diagnóstico. A gente pode falar que o índice de massa corpórea é mais um preditor de obesidade do que um indicador de obesidade. O que isso quer dizer? Que o valor alto do IMC ele tem uma alta predição, né? Quem tem um número alto tem mais chance de ser obeso do que quem tem um número baixo. É isso! E o IMC também vai servir para uma avaliação populacional. Então se eu quero saber um país inteiro tá mais obeso ou mais magro, é muito mais fácil a gente usar essas duas informações que é o peso e a altura do que sair colocando todo mundo em uma bioimpedância pra ver o quanto de músculo tem ou quanto de porcentagem de gordura tem. Então pra avaliações epidemiológicas, pra avaliações de grandes grupos é muito bom a gente usar o IMC, embora tenha até uma dica que eu vou falar na frente como a gente interpretar melhor isso, mas sabendo dessa limitação a gente vai usar essa informação de forma adequada, afinal o IMC não vai considerar o biotipo, não vai considerar a distribuição de gordura no corpo, ele só passa a ser útil quando a gente não tem outra ferramenta, então no consultório a gente tem que ter outra ferramenta, eu vou ter que usar a bioimpedância, eu vou ter que usar ultrassom e outros métodos pra ter uma informação mais nobre. Agora, se você tá em casa, tem uma balança e quer uma informação rápida, fique à vontade, o IMC é excelente. Agora, como que a gente faz esse cálculo? Bom, o índice de massa corpórea é igual a massa corporal, peso em quilogramas dividido pela altura em metros elevado ao quadrado. Então, a gente vai colocar o peso, por exemplo, eu tô pesando 83kg dividido pela altura, vamos supor, 1,83m elevado ao quadrado, então 1,83m vezes 1,83m Isso daria um resultado de 24,7. Olhando a tabela do IMC ficaria dentro da faixa normal. Falando da faixa normal, então já aproveito pra mencionar então os valores considerados adequados do índice de massa corporal. Então, abaixo de dezoito e meio é abaixo do peso, é onde a gente tem que ficar muito atento aí com desnutrição, tem os riscos de saúdes inerentes aí a perda de peso, entre dezoito e meio e vinte e cinco fica dentro da faixa do normal, de vinte e cinco a trinta é a faixa do sobrepeso, é aquele em que você já tá um pouquinho além do normal, tem que ficar atento, mas não é considerado obesidade ainda, de trinta a trinta e cinco é obesidade grau um, de trinta e cinco a quarenta, obesidade grau dois e acima de quarenta seria a obesidade mórbida ou obesidade grau três. Agora a faixa que tá associada a melhor qualidade de vida, maior longevidade é o IMC entre vinte e três e vinte e cinco, então se você fica dentro dessa faixa, você provavelmente vai ter menos comorbidades, menos doenças relacionadas a aumento de peso. Agora teve um matemático que propôs uma alteração no IMC. Veja, ele não é médico e ele não fez nenhuma avaliação epidemiológica desses valores que ele mencionou, mas como o IMC, ele foi descrito muito lá atrás, né? Em 1840, não tinha calculadora, era mais difícil fazer cálculo na mão, então ele acredita que foi usado à altura elevado ao quadrado por facilidade de matemática, né? Ele acredita que ficaria muito mais próximo de um cálculo real do IMC se o cálculo fosse assim, se fosse o peso multiplicado por 1,3, pela altura elevado a 2,5, então veja que é um número mais difícil de calcular a mão. Assim, a gente tem que usar essa fórmula? Olha, o meu interesse nessa fórmula é só porque o meu IMC baixou fazendo essa conta porque na verdade não tem nenhum trabalho científico ou trabalho médico usando esse cálculo pra fazer a avaliação do índice de massa corporal. O problema também do índice de massa corporal é que se a gente tem um cálculo que só usa a altura e o peso, usando só essas duas variáveis, parece que é meio lógico que daria pra gente falar “ah, então eu tenho como te falar o seu peso ideal, né? Você tem tal altura, o seu peso nessa altura seria ideal seria entre X e Y, tá aqui, essa é a faixa boa pra você.”, só que na verdade isso não é real porque uma pessoa que tem determinado peso, as custas de gordura visceral é muito diferente de uma pessoa que tem o mesmo peso às custas de músculo periférico, de músculo, né? De massa muscular. Então qual que é a melhor medida que a gente pode fazer? Então seria a composição corporal e aí sim a gente pode falar em uma composição corporal ideal. As bioimpedâncias são máquinas em que parecem balanças, né? Você sobe, existe a bioimpedância segmentar que você tem que segurar na manopla que vai passar uma corrente no seu corpo, medir a quantidade de água e aí a gente consegue estimar a porcentagem de gordura no corpo. Algumas balanças, aquelas que se tem em casa, tem algumas que fazem bioimpedância também, elas são muito e não tem a possibilidade de ter uma precisão alta, então as que a gente usa em consultório tem uma precisão muito muito mais significativa. Mas o princípio é o mesmo, então ela vai fazer uma corrente elétrica passar no seu corpo e vai estimar a quantidade de gordura em cada localização. Então é possível estimar a quantidade de gordura visceral, a quantidade de gordura em membros inferiores, em membros superiores e aí sim a gente tem uma distribuição de músculo, gordura em todas partes do corpo e aí a gente pode falar na composição corporal ideal. É óbvio que falar da porcentagem de gordura no corpo já é um numerozinho importante, mas a gente tem que entender que existem gorduras diferentes no nosso corpo. Por exemplo, enquanto a gordura visceral ela é inflamatória, ela tá diretamente relacionada a obesidade, às complicações da obesidade, tanto aterosclerose, diabetes, infarto, AVC, todas essas doenças relacionadas à obesidade, algumas outras gorduras não estão diretamente relacionadas a essas complicações. Por exemplo, gorduras distribuídas em membro inferior tem até trabalho mostrando que tem a possibilidade de ser um fator de proteção cardiovascular. Então, a gente tem que entender que a gordura ela pode ser benéfica, ela é um órgão endócrino, ela produz um monte de hormônio e existem as gorduras saudáveis e as não tão saudáveis assim. Existem outras formas de medir a distribuição de gordura corporal, então a bioimpedância é muito fácil e acessível, existem aquelas que a gente tem em casa que são baratas, existem bioimpedâncias de cem mil reais, então não dá pra ser a mesma coisa, né? São equipamentos completamente diferentes e que vai ter um nível de precisão diferente, mas existem outras técnicas também. Por exemplo, o dexa é muito parecido com a densitometria óssea, mas ele também vai identificar massa muscular, gordura e a distribuição pelo corpo, também tem os plicômetros, são pinças que a gente vai medindo as áreas com com gordura no corpo, existem fórmulas matemáticas que a gente acaba levando aí cálculo da distribuição da gordura corporal, mas também tem ultrassom, existem aparelhos de ultrassom que permite medir o panículo adiposo e aí a gente também consegue chegar nessa informação. Existe uma metodologia enorme pra gente chegar nessa conclusão, nessa informação, o IMC é útil, continua sendo útil, mas ele tem essa limitação. A gente não consegue fazer essa avaliação da distribuição corporal ideal. Continua sendo um método fácil e rápido. E assim, de uma avaliação populacional, é útil pra gente fazer estudo e direcionar então para um aumento da probabilidade de doenças relacionadas ao aumento de peso ou obesidade. Gostou vídeo? Inscreva-se no nosso canal, compartilhe com seus amigos, clica no sininho lá embaixo pra receber as notificações dos próximos novos vídeos e fique um pouquinho aí que eu vou colocar o próximo melhor vídeo pra você assistir.

 

Como é feito o exame de bioimpedância

O método da bioimpedância elétrica (BIA) é baseado na condução de uma corrente elétrica de baixa intensidade, aplicada ao organismo por meio de cabos conectados a eletrodos ou superfícies condutoras, que são colocados em contato com a pele. 

O procedimento é totalmente indolor e as partes do corpo requisitadas são, normalmente, as mãos e os pés. A corrente elétrica é muito suave, quase imperceptível ao paciente, mas eficiente para obtenção dos resultados.

Também é um exame bastante rápido com duração total de cerca de 12 minutos. 10 minutos são de repouso absoluto para estabilização do indivíduo sobre a maca e 2 minutos efetivos do exame.

Cuidados antes de fazer o exame de bioimpedância

Apesar de sua facilidade técnica e alta reprodutibilidade, situações em que o balanço hidroeletrolítico está alterado podem tornar as estimativas menos precisas, assim como a ingestão recente de alimentos e obesidade. 

Portanto, existem alguns pré-requisitos para a realização da bioimpedância. São eles:

  • Estar em jejum por, pelo menos, 4 horas antes do teste, com ingestão reduzida de água, inclusive;
  • Evitar o consumo de cafeína. Não ingerir café, chocolate, chá e alguns medicamentos;
  • Realizar o exame fora do período menstrual para evitar que o inchaço, comum nessa fase, altere os resultados;
  • Evitar a ingestão de bebida alcoólica antes da aplicação do teste;
  • Evitar qualquer situação ou hábito que possa deixar o corpo mais pesado do que o normal, como ficar muito tempo em uma mesma posição ou usar roupas muito apertadas, por exemplo;
  • Evitar realizar atividades físicas nas 24 horas anteriores ao exame;
  • Urinar alguns minutos antes da realização do exame;
  • Na hora do exame, estar livre de anéis, pulseiras, relógios, tornozeleiras e cordões metálicos, pois podem interferir no resultado.

Além disso, a pessoa que for submetida ao exame não deve estar febril. Gestantes e pacientes que utilizam marcapasso ou outro aparelho do tipo não devem fazer o teste para evitar complicações.

Também não é um exame recomendado para pessoas com algum suporte metálico no corpo, como placas nos braços ou pernas. Esses objetos podem interferir nos cálculos.

Os aparelhos disponíveis para este tipo de avaliação fornecem os valores de gordura, por meio de equações preditivas ajustadas para sexo, idade, peso, altura e nível de atividade física.

Assim, os resultados são bastante específicos e bem definidos, uma vez que levam em conta as características pessoais e individuais de cada paciente. 

Geralmente, a bioimpedância é realizada em intervalos definidos que podem variar em 30 dias, 3 ou 6 meses, de acordo com a necessidade e indicação do profissional que faz o acompanhamento.

Por que fazer a bioimpedância ?

O teste de bioimpedância é a melhor maneira de descobrir, de um jeito certo e bem delineado, toda a composição corporal de um indivíduo, algo que uma balança comum não é capaz de fazer.

Quem está com restrição alimentar e prática de atividade física com o objetivo de perder peso e ganhar massa muscular, por exemplo, poderá fazer esse acompanhamento mediante a bioimpedância.

Caso utilize apenas uma balança comum, facilmente se sentirá frustrada, uma vez que o tecido gorduroso tem uma densidade menor do que o tecido muscular, embora em menor quantidade. 

Imagine que alguém segue a dieta corretamente, faz todos os exercícios físicos, mas quando vai verificar o peso percebe que o número da balança aumentou. Logo essa pessoa acredita que não está obtendo resultados.

Na verdade, ela está perdendo gordura e ganhando músculos. Por isso, o peso da balança não está diminuindo, ao contrário, está aumentando, afinal, o músculo é mais pesado do que a gordura corporal.

Além disso, a bioimpedância é muito importante para controlar a quantidade de gordura presente no corpo do indivíduo, uma observação fundamental para a prevenção e controle de muitas doenças.

A gordura em excesso está diretamente relacionada com o risco cardiometabólico, ou seja, aumenta a incidência de:

  • Diabetes;
  • Hipertensão;
  • Infarto do miocárdio;
  • Insuficiência renal;
  • Aneurisma;
  • Acidentes vasculares cerebrais ou periféricos, entre outras doenças.

Também é um grande fator de risco para a obesidade, a aterosclerose, doenças vasculares, diminuição da mobilidade, queda da autoestima e muito mais. 

A bioimpedância elétrica é um exame que auxilia no monitoramento da quantidade de gordura, definindo parâmetros saudáveis e permitindo a prescrição de estratégias para a redução desse percentual adiposo. Podemos listar como as principais vantagens:

  • Avaliação precisa da composição corporal do indivíduo;
  • Definição correta de estratégias (alimentação e atividade física) de acordo com as necessidades de cada um;
  • Acompanhamento da evolução do indivíduo, na redução do percentual de gordura e aumento da massa muscular;
  • Prevenção e controle de doenças ligadas à quantidade de gordura no organismo.

Como vimos, o exame de bioimpedância elétrica é uma ferramenta importante no gerenciamento e controle da saúde e da composição corporal do indivíduo. Por meio dele, podemos fazer cálculos precisos da quantidade de gordura existente. A partir dessas informações, podemos pensar em maneiras de reduzir esse percentual de gordura e ajudar cada paciente a garantir uma melhor qualidade de vida. Portanto, a bioimpedância está longe de ser uma ferramenta para melhorar apenas a estética do indivíduo, mas, principalmente, a sua saúde e o seu bem-estar.

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