Fístula Arteriovenosa para Hemodiálise (FAV)

Imagem de uma jovem garota em hemodiálise no hospital, utilizando equipamento de sistema de diálise para tratamento de doença renal crônica. A hemodiálise é um procedimento importante para pacientes com insuficiência renal, e a Fístula Arteriovenosa para Hemodiálise (FAV) é uma técnica utilizada para facilitar o acesso vascular durante o tratamento. Esta imagem ilustra a importância da hemodiálise e da FAV para pacientes com doença renal crônica.

Você já ouviu falar em FAV ou fístula arteriovenosa? Essa é uma técnica cirúrgica que conecta uma artéria fina e uma veia periférica também fina e superficial, e é comumente utilizada como acesso vascular para o tratamento de hemodiálise em pacientes com insuficiência renal. Além de ser uma opção segura e de fácil utilização, a FAV também apresenta inúmeras vantagens em relação a outras técnicas de acesso vascular. Mas, afinal, o que é uma FAV e como ela funciona? Neste artigo, vamos entender melhor sobre esse assunto, seus tipos, processo de maturação, vantagens e desvantagens. Vamos lá?

Sumário

O que é uma FAV/fístula arterio venosa?

A FAV é uma anastomose (conexão) entre uma artéria fina e uma veia periférica também fina e superficial. É feita cirurgicamente mais frequentemente nos membros superiores, de preferência no antebraço não dominante – esquerdo nas pessoas dextras e direito nos canhotos.

Muitas vezes é confeccionada utilizando a artéria radial, já que temos outras artérias que irrigam a mão, como a ulnar.

Quanto mais distal for realizada melhor, de modo que um maior número de veias possam se desenvolver e maturar, oferecendo assim inúmeros locais de punção e tenha mais locais para realizar outras fístulas se necessário. Normalmente as fistulas do cotovelo desenvolvem uma rede vascular restrita e ocasionalmente podem dificultar a circulaçao da mão.

A fístula arteriovenosa (FAV) é o acesso vascular preferido para o tratamento de hemodiálise, para aqueles que tem insuficiência renal, pela sua facilidade de utilização e pelos poucos riscos que apresenta comparativamente com as outras opções.

No vídeo, o Dr. Alexandre Amato, cirurgião vascular do Instituto Amato, explica sobre a fístula arteriovenosa, uma conexão cirúrgica entre uma artéria e uma veia que é criada para pacientes que precisam fazer hemodiálise. A fístula mais comum é a de Brecio Cimino, realizada no punho. O objetivo é criar um acesso à circulação que tenha um grande volume de sangue em pouco espaço de tempo para entrar na máquina de hemodiálise. A fístula artéria venosa nunca é feita de emergência e requer planejamento para garantir a cicatrização e maturação. É fundamental que o paciente cuide da fístula e siga as orientações médicas para evitar complicações e aumentar a durabilidade da fístula. O vídeo destaca que a fístula arteriovenosa é um procedimento comum, e o sucesso depende do trabalho em conjunto do cirurgião, nefrologista e do paciente para manter uma boa qualidade de vida.

Olá sou Dr. Alexandre Amato cirurgião vascular do Instituto Amato e hoje vou falar um pouquinho sobre a fístula arteriovenosa. O Que é uma fístula? A Fístula artériavenosa pode ser traumática após um acidente ou alguma coisa assim mas muitas vezes o cirurgião vascular cria uma fístula arteriovenosa mas pra quem? Para quem precisa fazer hemodiálise. Quem precisa fazer hemodiálise precisa de um acesso à circulação que tenha um grande volume de sangue em pouco espaço de tempo para poder entrar na máquina de hemodiálise e fazer a filtragem necessária e colocar o sangue de volta na circulação. Então a gente usa essa fístula arteriovenosa como uma via de acesso. A fístula arteriovenosa mais comum é a fístula no punho a fístula de Brecio Cimino. Essa fístula é confeccionada cirurgicamente e ela liga, ou conecta, o sistema arterial com o sistema venoso. Como funciona isso? O sistema arterial é um sistema de alta pressão quando conectado a um sistema de baixa pressão que é um sistema venoso acaba tendo um fluxo contínuo de alta quantidade de sangue que permite a filtragem por uma máquina de hemodiálise. A fístula artéria venosa nunca é feita de emergência, de urgência. Ela é um planejamento. Então à medida que o paciente vai precisar da hemodiálise e já se sabe disso planeja-se essa confecção para que haja tempo da cicatrização e da maturação dessa fístula e que ela seja utilizada com uma grande chance de sucesso. Como a fístula é realizada nessa região, é preciso muitos cuidados para que não seja perdida. Essa região se você dormir em cima do braço pode ocorrer uma trombose e perder essa fístula. Então os cuidados locais com a ferida operatória evitar uma infecção e evitar compressão da região da cirurgia e da fístula para evitar uma trombose e o exercício físico com aquelas bolinhas aumenta essa circulação e diminui o risco de complicação. Então, a fístula artériovenosa é um procedimento realizado comumente. É possível fazer uma fístula durar muito tempo com os cuidados locais. Converse com seu cirurgião sobre isso. Isso é importantíssimo. Quanto mais tempo durar uma fístula melhor. É possível fazer fístula em outros locais mas a gente sempre busca a fístula que tem maior chance de duração, menor incômodo, melhor localização. A medida que vai se perdendo essas possibilidades. Fístulas começam a ser feitas em locais mais incômodos. Então cuide da sua fístula. Faça todos os cuidados locais. Faça sua parte. O cirurgião vai fazer a parte dele. O nefrologista vai fazer a parte dele. É um trabalho em conjunto para manter uma boa qualidade de vida.

O que são artérias?

Artérias são vasos sanguíneos que saem do coração e vão ramificando-se sucessivamente, cada ramo tem menor calibre que o anterior, até se tornarem em arteriolas e depois capilares, irrigando todo o organismo.

São vasos resistentes e muito elásticos, acostumados com a alta pressão gerada pelo coração. À palpação, verifica-se que as artérias pulsam. O pulso ocorre por causa da dilatação da artéria ao empurrar o fluxo sanguíneo ao ritmo dos batimentos cardiacos. Quando tem um sangramento proveniente de uma artéria, são jatos bem fortes.

A sua principal função é transportar e distribuir o sangue rico em oxigénio – sangue arterial – a todas as partes do organismo. O oxigénio que confere ao sangue arterial a sua cor típica vermelho vivo.

O que são veias?

As veias também são vasos sanguineos. Ao contrário das artérias, as veias transportam sangue vindo de todas as partes do corpo para o coração.

As paredes das veias são bem finas e frágeis. Isto porque o sangue dentro delas não está sob pressão. O sangue retorna ao coração de diversas formas e forças, a gravidade ajuda, o vácuo relativo que existe quando o coração relaxa e através da pressão positiva transmitida pelas artérias e a ação dos musculos (panturrilha por exemplo). Nos membros inferiores devido à distância e para vencer a gravidade, as veias têm válvulas que abrem e fecham direcionando o fluxo, facilitando a sua ascenção e impedindo que este volte para trás.

O sangue nas veias flui com menos pressão, então se tiver uma lesão o sangramento não é em jato.

As veias transportam sangue venoso. Este sangue encontra-se saturado de gás carbônico que resultou da atividade celular. Este gás é levado aos pulmões para ser eliminado durante a fase da expiração. A sua presença no sangue torna-o vinhosoo, vermelho escuro.

Que tipos de FAV existem?

Como regra geral, cada artéria é acompanhada por uma ou duas veias que se denominam de veia satélite. Tal como as artérias, as veias também se situam profundamente. Porém nos membros, além das veias profundas que acompanham as artérias, encontramos veias superficiais que se distribuem na região subcutânea em forma de rede.

Para a criação da fístula utiliza-se uma artéria do membro superior e uma veia superficial.

Existem várias fístulas possíveis, mas os três tipos mais comuns são.

No punho:

  • FAV rádio-cefálica (mais frequente)
  • FAV ulnar-basílica (rara)

No cotovelo:

  • FAV bráquio-cefálica

O que é a maturação da FAV?

O processo de arterialização das veias não é um processo imediato. Leva o seu tempo.

Utilizar uma fistula muito cedo leva à sua perda. Isto porque as veias ainda não estão preparadas para serem puncionadas.

O tempo de maturação da FAV é variável, mas em média considera-se que sempre que possivel uma FAV seja utilizada depois do dois meses após a sua confecção.

Se por um lado algumas fistulas ao fim deste tempo já desenvolveram uma rede venosa exuberante, outras demoram meses. Isto depende das características do individuo e de doenças que podem estar associadas, como é o caso da Diabetes.

Durante o processo de maturação, devem ser feitos alguns exercícios que ajudam a dilatar e a fortalecer as veias.

Durante este tempo se for necessário realizar hemodiálise, devem ser utilizados os catéteres centrais tomo forma de acesso à circulação sanguínea.

Quais são as vantagens da FAV?

  • Ausência de tubos e catéteres penetrantes na superfície corporal
  • Uso normal do braço fora das sessões de hemodiálise
  • Não há necessidade de curativos (exceto logo após a hemodiálise)
  • Baixo risco de infecção e trombose.
  • Acesso simples e rápido à circulação sanguínea.

E as desvantagens?

  • Necessidade de punção
  • Necessidade de fazer a hemostasia (curativo e compressão para parar de sangrar)
  • Mau aspecto do braço devido à hipertrofia das veias e cicatrizes dos locais puncionados
  • Necessidade de tempo para a sua maturação
  • Risco de má permeabilização em caso de hematoma, por exemplo

Fonte: Amato, ACM. Fístula Arteriovenosa para Hemodiálise. In book: Procedimentos Médicos: Técnica e Tática, Edition: 2, Chapter: 22, Publisher: Grupo Gen, Editors: Alexandre Campos Moraes Amato, pp.117-122

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