Arterite temporal

Imagem ilustrativa de uma artéria temporal inflamada, que pode causar dores de cabeça em idosos. Esta é uma condição conhecida como arterite temporal e pode ser tratada com medicamentos específicos. Aprenda mais sobre os sintomas, diagnóstico e tratamento da arterite temporal neste post.

A arterite temporal é uma condição séria e emergencial que afeta principalmente idosos e pode causar cegueira permanente em até 20% dos pacientes se não tratada pronta e corretamente. Caracterizada por uma inflamação das artérias do sistema carotídeo, os sintomas iniciais incluem dor de cabeça na região temporal e perda fugaz da visão, além de fraqueza muscular na região dos ombros e membros superiores. O diagnóstico é feito por meio de exame clínico e biópsia da artéria temporal, e o tratamento consiste em doses efetivas de corticosteroides para prevenir a cegueira. A doença de Horton é a vasculite mais prevalente em adultos acima de 50 anos e mais comum em indivíduos de pele branca e do sexo feminino. Este artigo do  apresenta informações importantes sobre a arterite temporal, incluindo sintomas, diagnóstico, tratamento e possíveis complicações.

Sumário

A arterite temporal (AT) é uma vasculite considerada emergência médica, pois se não for tratada pronta e corretamente pode causar cegueira permanente em até 20% dos pacientes.

O que é a arterite temporal?

Também chamada de arterite de células gigantes ou vasculite necrotizante é uma inflamação das artérias do sistema carotídeo, particularmente as artérias cranianas.

Qual a população mais suscetível?

A arterite temporal ocorre principalmente em idosos com mais de 70 anos e é um pouco mais comum nos indivíduos de pele branca e do sexo feminino.

Quais os sintomas da arterite temporal?

Em 70 a 90% dos pacientes o sintoma inicial é uma dor de cabeça latejante e continua na região temporal (parte lateral anterior do crânio ou “têmporas”).

Ocorre também diminuição, turvação e/ou perda fugaz da visão.

É comum esse quadro ser precedido de dor muscular e fraqueza na região dos ombros e membros superiores (polimialgia reumática).  Febre baixa e inapetência também podem estar presentes.

Como é feito o diagnóstico?

Após a suspeita clinica deve-se palpar a artéria temporal (foto) que pode estar mais grossa, dolorosa e com a pulsação ausente ou diminuída. Às vezes a dor piora com movimentação da mandíbula.  O exame que define do diagnóstico é a biópsia da artéria temporal que deve ser feita por um cirurgião vascular nas primeiras 48horas e analisada por um patologista.

O exame de hemossedimentação (VHS) é muito elevado (>100) e reforça o diagnóstico.

Qual o tratamento?

Para prevenir a cegueira o tratamento com corticosteroides deve ser iniciado assim que houver a suspeita clinica e em doses efetivas. Se não for possível realizar a biópsia prontamente o tratamento não deve ser adiado, mas a biópsia da artéria é o exame padrão ouro para confirmar o diagnóstico e determinar o tempo de tratamento.

Um artigo do nosso colega e geriatra Dr Marcos Galan Moriilo.

Bibliografia: Palheta Neto, F. X., Carneiro, K. L., Rodrigues Junior, O. M., Rodrigues Junior, A. G., Jacob, C. C. D. S., & Palheta, A. C. P. (2008). Aspectos clínicos da arterite temporal. Arq. Int. Otorrinolaringol. (Impr.), 12, 546–551. Retrieved from http://www.arquivosdeorl.org.br/conteudo/acervo_port.asp?id=570

Anatomia:

Artéria temporal

Causa:

Autoimune ou desconhecido

Diagnóstico diferencial:

problemas odontológicos, neuralgia do trigêmeo, sinusites, otites, alterações nos vasos sangüíneos ou músculos dos oculares, entre outras várias causas de cefaléia

Epidemiologia:

A Doença de Horton é a vasculite mais prevalente em adultos acima de 50 anos, com pico de incidência entre os 70 e os 80 anos, sendo esta de cerca de 200 casos por 100.000 habitantes, especialmente em idosos, e a média de idade de 72 anos, com grande variação de país a país. As mulheres têm de 2 a 6 vezes mais chances de serem acometidas do que os homens, provavelmente devido a fatores hormonais, contudo observou-se que o predomínio do sexo feminino está associado à polimialgia reumática e não na sua forma pura. O percentual também é maior em pessoas com histórico de tabagismo. A doença não tem alta preferência por tipo racial, porém é ligeiramente superior em caucasianos, especialmente entre os descendentes escandinavos, o que provavelmente, está relacionado com a distribuição do antígeno HLA-DR4 entre as raças

Prognóstico:

O prognóstico da doença, quando bem tratada, é bom. A sobrevida dos pacientes não é diferente da população em geral com a mesma faixa etária. Com tratamento, a maioria dos indivíduos atinge a remissão completa; contudo, a perda da visão pode ser irreversível. Se a artéria aorta ou alguma de suas tributárias estão envolvidas, o prognóstico pode ser pior, pois esses vasos podem se alargar e até mesmo romper. Porém, a maior parte das complicações relacionadas à arterite de células gigantes é causada mais pela terapia com hormônios esteróides do que pela doença propriamente dita

Complicações possíveis:

Cegueira

Tratamentos possíveis:

O tratamento de pacientes com arterite temporal é fundamental para evitar a perda da visão e a terapia deveria ser iniciada baseada na suspeita clínica, não nos resultados da biópsia. Utiliza-se um tipo de corticosteróide para o tratamento clínico. O principal objetivo da corticoterapia é a prevenção da cegueira, principalmente quando um dos olhos já foi atingido, ou de outras graves complicações da doença.

Sinais ou Sintomas:

Sintomas sistêmicos incluem febre, adinamia, inapetência, perda de peso e mialgias inespecíficas, principalmente pela manhã, com rigidez do pescoço e da musculatura da cintura escapular e pélvica, além de sudorese noturna e anorexia.

A claudicação da mandíbula é um sintoma clássico da doença. O paciente tem dor quando mastiga ou conversa mais prolongadamente, melhorando com o repouso, ocorrendo nos casos em que há comprometimento da artéria facial. A claudicação dos músculos da língua e da deglutição e espasmos dos músculos da mastigação, denominado de trismo também pode ocorrer.

As manifestações oftalmológicas são diversas, dentre as quais destaca-se a neuropatia óptica isquêmica anterior (NOIA), constituindo uma das mais graves e mais comuns seqüelas da doença, tendo sido relatada entre 7% e 60% dos pacientes.

Defeitos campimétricos e cegueira cortical.

Dentre as manifestações neurológicas, a principal queixa é a cefaléia, sendo a manifestação cardinal da ACG e a queixa que mais freqüentemente leva o paciente ao médico: Dor intensa, persistente, unilateral ou bilateral, na região temporal e até mesmo occipital, lancinante ou pulsátil, com períodos de exacerbação, apresentando tumefação, amolecimento e hipersensibilidade na região temporal, em cerca de 25% dos casos. Alguns relatam dor em qualquer parte da cabeça ou difusamente, como na cefaléia por contração muscular.

Depressão, confusão mental, demência, psicose; infarto ou hemorragia cerebral, episódios isquêmicos transitórios; ataxia, tremor, surdez, tinitus, vertigem (manifestações relacionadas à artéria facial); paralisia facial; síncope, convulsões, meningismo, diabetes insípido; mielopatia transversa e neuropatias periféricas.

As principais manifestações otorrinolaringológicas são tosse seca persistente, odinofagia, disfonia, parestesias e claudicação linguais, zumbidos, glossite, isquemia e necrose linguais, e disacusia neussensorial, que pode variar da forma leve até a surdez, caso o tratamento não seja efetuado devidamente

Código:

M31.5

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