Guia do paciente para o auto-diagnóstico de lipedema e lipo-linfedema

Guia lipedema - Chinelo

O lipedema (ou “lipoedema”) é uma condição crônica que causa um acúmulo anormal de gordura em áreas específicas do corpo. Essa gordura é acompanhada de retenção de líquidos e outras alterações que podem culminar no lipo-linfedema.

Indivíduos com lipedema são frequentemente diagnosticados erroneamente com sobrepeso ou a sua condição é confundida com uma condição de inchaço diferente, conhecida como linfedema.

Mas o lipedema é uma condição distinta própria e não trivial. O lipedema é uma doença crônica e progressiva, com implicações únicas na saúde. Requer gerenciamento contínuo dos sintomas para aliviar o desconforto e impedir a progressão para estágios mais avançados, incluindo lipo-linfedema (mais sobre isso mais adiante).

Uma paciente “típica” de lipedema parece ter a parte inferior do corpo desproporcionalmente acima do peso em comparação com a parte superior. Mas as pacientes com lipedema nem sempre são “típicas”, e o acúmulo anormal de gordura é apenas o mais óbvio dos sintomas. Como é uma condição progressiva, os sintomas também pioram e mudam com o tempo.

O lipedema é surpreendentemente comum, mas não é conhecido. Se você chegou a esta página da web, provavelmente tem alguma ideia sobre o que é e pode ter lido um pouco sobre isso na Wikipedia ou em algum outro recurso online. Com este artigo, espero oferecer muito mais:

  1. Uma compreensão da biologia subjacente à condição
  2. Como diagnosticar o lipedema e discutir suas descobertas com seu médico de família
  3. Uma compreensão de como seus sintomas podem progredir com o tempo se não forem gerenciados de maneira eficaz

Se você acha que pode ter lipedema, pode aprender como administrar da melhor maneira e impedir a progressão de seus sintomas aqui: Guia do Paciente: Tratamento de Lipedema e Lipo-Linfedema. Não tem certeza se você tem lipedema? Continue lendo abaixo.

Sumário

O vídeo apresentado pelo Dr. Alexandre Amato, cirurgião vascular do Instituto Amato, fala sobre os 8 sinais que podem indicar a presença de Lipedema. Ele explica que o Lipedema é uma doença caracterizada pela deposição de gordura em membros inferiores e superiores, que pode trazer sintomas como dor, cansaço e peso. Os sinais descritos pelo Dr. Amato incluem a desproporção do corpo, o início da doença em momentos de grande variação hormonal, a presença de roxos, equimoses e hematomas, nódulos palpáveis sob a pele, a resistência à elevação da perna, o sinal de Godet, a presença de outros membros afetados na família e a poupança de abdômen e tronco. Esses sinais são importantes para o diagnóstico da doença, que é frequentemente herdada geneticamente e pode pular gerações. O vídeo encerra com uma sugestão de inscrição no canal do YouTube e de acompanhamento do Dr. Amato no Instagram para mais conteúdo de saúde.

Olá! Sou o Dr. Alexandre Amato, cirurgião vascular do Instituto Amato, hoje vou falar sobre os 8 sinais que podem indicar que você tem Lipedema. Então ter esse conhecimento pode abrir portas, pode te ajudar a procurar uma qualidade de vida melhor. Um assunto importantíssimo para todas as mulheres do Brasil. Mas antes disso aproveita, clica lá embaixo no botãozinho de inscreva-se para entrar no nosso canal aqui do YouTube e receber os melhores conteúdos de saúde. E não deixe de me seguir também lá no Instagram no @dr.alexandreamato. Tem um monte de conteúdo inédito lá também no Instagram. Vamos, me siga lá também! Então o Lipedema é aquela deposição de gordura em membros inferiores, acomete abaixo da cintura ou membros superiores. Poupa o abdômen, o tronco, é uma gordura doente uma gordura que traz sintomas, como dor, cansaço, peso. Então quais são os 8 principais sinais que podem indicar que você tem um Lipedema? Em primeiro lugar é a desproporção, essa gordura lipedêmica em membros inferiores e superiores que você não consegue tirar facilmente, qualquer tratamento para a obesidade, como uma dieta e exercício físico não direcionado para o Lipedema, não permite que essa gordura saia facilmente. Então essa gordura vai se acumulando com o passar do tempo e não sai fácil. A segunda característica é o início em algum momento de grande variação hormonal. Então é muito frequente que o Lipedema inicie, embora já carregue a genética desde antes, mas inicie os sintomas num momento de grande variação hormonal da mulher que poderia ser a puberdade, uma gestação, ou mesmo a menopausa. Existem outros gatilhos, mas a variação hormonal é o mais frequente de todos. O terceiro sinal é que essa gordura, ela poupa as mãos e os pés, apesar disso em até 30% dos casos pode haver uma pequena deposição, uma mudança da característica da mão e dos pés ou por uma associação com o Linfedema ou por uma mudança da elasticidade desse tecido conjuntivo. O quarto sinal também é muito frequente é a presença de roxos, equimozes, hematomas em pernas pode ocorrer nos braços também, principalmente nos momentos de maior inflamação do Lipedema. Acontece que esses roxos, eles aparecem muitas vezes com um pequeno trauma que você nem lembra, vão aparecendo vários, vão aparecendo em locais erráticos, momentos que você não imagina, então esse aparecimento o que sugere uma fragilidade capilar, é um segundo sinais importantes no diagnóstico do Lipedema. O quinto sinal é a presença de nódulos palpáveis embaixo da pele, então imagina na coxa, uma pele em que você pode palpar e sentir nódulos embaixo. Então já ouvi gente descrevendo isso como um saco de sagu embaixo da pele, um saquinho de lentilhas, de milho. Essa sensação de nódulos que podem ser nódulos menores ou nódulos maiores pode sugerir a presença da inflamação do Lipedema. Então é um dos sinais importantes para o diagnóstico dessa doença. O sexto sinal é o alargamento da perna resistente à elevação, o que isso significa? É aquela desproporção do corpo do corpo superior, do corpo inferior, com uma assimetria entre o lado esquerdo e o lado direito e que quando a gente levanta a perna essa volume da perna, esse inchaço, ele não diminui. Ele não diminui, porque é mais tecido gorduroso do que realmente um inchaço, embora traga toda essa sensação de inchaço, de edema das pernas. É nítido que quando a gente levanta as pernas numa insuficiência venosa ou num Linfedema, por exemplo, essas pernas diminuem de volume e no Lipedema e isso não vai acontecer. Você levanta a perna e não vai ter essa diminuição volumétrica de membros inferiores. O sétimo sinal é o Sinal de Godet ou o Sinal de Cacifo, que a gente chama entre entre os médicos. Agora para vocês o que significa isso? O que é o Sinal de Godet? O Sinal de Godet é quando a gente aperta e forma um buraco na esse buraco, ele pode ser pequeno pode ser um buraco grande e pode sugerir líquido extravasado para fora da célula, no interstício, isso é o edema. Acontece que no Lipedema, esse sinal de Godet, ele pode ser positivo, como pode ser negativo, pode ter depressão como pode não ter depressão. Normalmente, quando ocorre essa depressão é uma depressão discreta, não formam um buraco tão grande assim. Eu estou falando um buraco, eu não estou falando apertar e ficar branquinho. Isso é muito importante! Então esse edema, ele pode ou não estar presente nas fases mais avançadas da doença pode estar mais frequentemente presente. E o oitavo sinal que eu queria falar para vocês, é a presença de outros membros afetados na família com a doença. Então por ser uma doença com característica genética, com característica hereditária é muito frequente a gente pegar outras mulheres na família com essa doença e isso é uma das razões pela qual as pessoas falam que é uma composição corporal da família. Ah, esse é o corpo da família! Você segue a família da mãe ou a família do pai! Então todas as mulheres da família do pai têm essa composição corporal e você puxou esse lado da família. Esse puxou esse lado é a característica hereditária da doença. Acontece que como os homens, muito raramente vão apresentar Lipedema essa doença, ela pode pular gerações. Então pode ser que algumas mulheres também não tenham, porquê não teve o gatilho inflamatório ainda, como eu disse, pode ser que desencadeie somente lá na frente na menopausa ou pode ser antes da puberdade, então pode ser que alguém não tenha desenvolvido ainda, mas que é muito frequente a presença de outros membros da família com essa característica de deposição de gordura em membros. Então esses são os oito principais sinais que foram descritos no último guideline publicado para o diagnóstico do Lipedema. Gostou do nosso vídeo? Inscreva-se no nosso canal, compartilhe com as suas amigas, envie para aquela amiga que você acha que pode ter um Lipedema e até o próximo!

COMO É O LIPEDEMA ‘CLÁSSICO’? QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

A apresentação clássica é uma mulher com a parte superior do corpo pequena e a parte inferior do corpo desproporcionalmente obesa. Mas há mais do que isso. Também existem apresentações não clássicas, sintomas que dependem do estágio de progressão da doença e sintomas compartilhados com outras doencás. Vamos começar examinando mais de perto os sintomas clássicos:

SINTOMAS CLÁSSICOS DO LIPEDEMA:

  1. O lipedema ocorre quase exclusivamente em mulheres. Mas também foi observado em homens com desequilíbrio hormonal ou doença hepática.
  2. Parte inferior do corpo é afetada. Geralmente, apresenta-se como acúmulo excessivo de gordura na parte inferior do corpo, começando no topo da crista ilíaca (os ossos na cintura), enquanto a parte superior do corpo permanece fina. Se a parte superior do corpo parecer proporcionalmente obesa, não é provável que seja lipedema. No entanto, também foi demonstrado que o lipedema afeta os braços em cerca de 30% desses pacientes e, nesses casos, geralmente afeta a parte de cima do braço.
  3. Os tornozelos e pés não são afetados. Os pés não acumulam gordura como no ganho de peso regular (MAS podem ser afetados pelo inchaço secundário – mais sobre isso abaixo), e um “colar” de gordura geralmente pode ser visto logo acima dos tornozelos (veja a Figura 1).
  4. O acúmulo de gordura é simétrico. Ambos os lados do corpo são afetados, assim como no ganho de peso normal. Não há um padrão comum para o acúmulo de gordura. Pode fazer as pernas parecerem troncos colunares. Depósitos de gordura também podem aparecer logo abaixo do joelho.
  5. A gordura parece anormal e dolorosa. Ao contrário do acúmulo normal de gordura, as áreas de gordura resultantes do lipedema tendem a ficar muito macias se você aplicar pressão e são fáceis de machucar, formando roxos. Os depósitos de gordura também podem doer sem motivo aparente, e a pele pode se tornar menos elástica.
A imagem mostra uma mulher com lipedema, uma condição médica que causa acúmulo de gordura nas pernas e nos braços. Ela está sentada em uma cadeira, vestindo uma blusa e uma saia longa. Suas pernas estão inchadas e com celulite, o que é comum em pessoas com lipedema. Esta imagem é relevante para o post sobre lipedema, pois ilustra a aparência física da condição e ajuda a conscientizar sobre os sintomas e tratamentos disponíveis.
Figura 1: Lipedema em um paciente que mostra uma apresentação típica, incluindo um acúmulo desproporcional de gordura na parte inferior do corpo em comparação à parte superior e um colar de gordura nos tornozelos (fotografia reproduzida na bibliografia 3).

MAS OS SINTOMAS DO LIPEDEMA PODEM SER UM POUCO MAIS COMPLICADOS…

O lipedema também pode afetar os homens em alguns casos. Também não é uma condição estática, mas progressiva. Isso significa que os sintomas da doença geralmente começam leves e gradualmente mudam e pioram se medidas preventivas não forem tomadas.

O lipedema precoce pode ser muito difícil de diferenciar do ganho de peso simples em indivíduos saudáveis, enquanto que nos estágios avançados do lipedema, a condição pode começar a assumir características adicionais, incluindo sintomas da condição crônica de inchaço conhecida como linfedema. Portanto, a facilidade de diagnosticar corretamente o lipedema muda com o estágio da apresentação. Mais sobre isso abaixo, mas primeiro é útil entender o que causa o lipedema e sua progressão.

O QUE CAUSA LIPEDEMA?

A causa subjacente do lipedema permanece amplamente desconhecida.

Os sintomas geralmente começam a surgir por volta da puberdade, mas também podem ocorrer após a gravidez ou durante a menopausa ou durante outro evento da vida que desencadeia alterações hormonais significativas. Isso implica uma conexão entre o início e as alterações hormonais, o que não é surpreendente, dado o papel que os hormônios femininos (estrogênio e progesterona) desempenham na deposição normal de gordura. As células adiposas (chamadas adipócitos) possuem receptores de estrogênio (proteínas na membrana celular) que ligam o estrogênio e direcionam o comportamento celular. Os adipócitos também estão ligados às vias da inflamação.

Por que algumas mulheres tem lipedema e outras não? Parece haver um forte componente hereditário para a doença. Mulheres com parentes próximos que têm lipedema são mais propensas a desenvolvê-lo. 15% dos pacientes com lipedema têm histórico familiar da doença, e, na prática vemos bem mais que isso.

LIPEDEMA É UMA CONDIÇÃO PROGRESSIVA E ISSO TORNA MAIS COMPLICADO O DIAGNÓSTICO.

CASOS MAIS AVANÇADOS TEM MAIS GORDURA?

Sim, casos mais avançados geralmente têm mais acúmulo de gordura. Mas há outras mudanças importantes que ocorrem também. Para entender o que acontece à medida que o lipedema progride, precisamos conhecer um pouco da fisiologia da gordura e das anormalidades subjacentes causadas pelo lipedema.

O QUE CAUSA A PROGRESSÃO DO LIPEDEMA?

Aqui está uma breve explicação de como as células de gordura funcionam e como o lipedema pode estar atrapalhando a função normal para criar uma condição que piora progressivamente. Embora os detalhes completos dessa condição não sejam claros, temos uma idéia geral que ajuda a explicar a causa e a progressão dessa condição. Como você verá, o acúmulo excessivo de fluidos desempenha um papel crítico:

  1. A gordura é composta de células que requerem muito fluxo sanguíneo. As células adiposas (conhecidas como adipócitos) sintetizam, armazenam e metabolizam (liberam a energia da) gordura. Com o ganho de peso, essas células não aumentam em número, mas aumentam de tamanho. As células adiposas são importantes e ativas na manutenção do equilíbrio de gorduras e carboidratos no sangue, e possuem muitos capilares sanguíneos que as alimentam (mais do que músculos). Assim, há muita troca de fluidos que ocorre na gordura.
  2. O tecido adiposo está sob pressão constante para manter o equilíbrio de fluidos ou inchaço. Uma grande quantidade de fluido entra continuamente no tecido adiposo e, da mesma forma, deve ser removida através do sistema venoso (veias e vênulas) e do sistema linfático (vasos linfáticos e linfonodos). Esses sistemas trabalham em conjunto para remover continuamente o fluido acumulado. Se esses sistemas forem insuficientes, ocorrerá inchaço. Por exemplo, a condição de inchaço crônica conhecida como linfedema resulta de dano ou anormalidade linfática.
  3. A circulação dos líquidos em pacientes com lipedema parece ser anormal, o que pode promover inchaço. Observou-se que os vasos sanguíneos que alimentam os depósitos de gordura nos indivíduos com lipedema são frágeis e com vazamentos, assim como os pequenos vasos linfáticos, sugerindo que o tecido adiposo nos pacientes com lipedema pode estar propenso a acúmulo de líquidos. Também parece haver menos elasticidade na pele de indivíduos com lipedema. Isso aumentaria ainda mais sua suscetibilidade ao acúmulo excessivo de líquidos, uma vez que a tensão criada pela elasticidade da pele atua para aplicar pressão no tecido subjacente, e essa pressão ajuda o fluido a encontrar seu caminho no sistema linfático e também ajuda a bombear o sistema venoso sobre a contração dos músculos. A incapacidade de manter o equilíbrio de fluidos no tecido adiposo pode ser um fator essencial do lipedema. Isso também explicaria por que o lipedema é mais frequentemente observado na parte inferior do corpo do que na parte superior:
  4. O tecido adiposo na metade inferior do corpo está sob maior pressão para manter o equilíbrio de fluidos do que a parte superior do corpo e, portanto, é mais propenso ao inchaço. A gravidade aumenta o acúmulo de líquido na parte inferior do corpo, especialmente no tecido adiposo. Isso aumenta as demandas nos sistemas venoso e linfático que drenam o líquido dessa área. O acúmulo de líquidos causado pela gravidade é a razão pela qual, mesmo em pessoas com sangue e vasos linfáticos saudáveis, seus pés podem ter um pouco mais de volume à noite do que pela manhã e podem inchar com tempo prolongado em pé ou sentadas. Assim, o tecido adiposo da parte inferior do corpo é desproporcionalmente propenso ao inchaço, e as pacientes com lipedema parecem ter anormalidades na circulação de fluidos que podem exacerbar esse inchaço. Isso sugere que pacientes com lipedema são mais propensas a acumular excesso de líquido nas pernas em comparação com a parte superior do corpo e mais propensas a inchaço nas pernas em comparação com pessoas sem lipedema.
  5. O inchaço crônico parece promover o acúmulo de gordura. Como você pode inferir do exposto, o lipedema parece causar acúmulo anormal de líquidos, e o tecido adiposo da parte inferior do corpo é particularmente suscetível a isso. O acúmulo crônico de líquidos nas pernas de pacientes com lipedema pode acarretar depósitos anormais de gordura? Essa hipótese parece plausível, embora, como você verá abaixo, seja um problema do tipo quem veio antes, a galinha ou o ovo. Inchaço e seus processos inflamatórios associados têm demonstrado promover o acúmulo de gordura: o acúmulo crônico de excesso de líquido em tecidos tem demonstrado levar a insuficiência linfática, que por sua vez está ligada a um crescimento no tamanho das células de gordura e danos no tecido adiposo. Isso foi observado em pacientes com linfedema em estágio avançado, um distúrbio linfático que causa inchaço crônico.
  6. O acúmulo de gordura promove ainda mais retenção de líquidos. À medida que um tecido se torna maior, em particular o tecido adiposo, ele atrai mais fluxo sanguíneo. Infelizmente, o sistema de drenagem linfática tem um limite superior de quantidade de líquido que pode remover de um tecido. De fato, foi sugerido que a obesidade crônica sozinha pode iniciar o aparecimento de linfedema secundário – uma condição crônica de inchaço causado pelo excesso de depósitos de gordura que sobrecarregam (e até danificam) os delicados vasos do sistema linfático. Isso significa que o acúmulo excessivo de gordura causado pelo lipedema aumentará o acúmulo de líquidos na parte inferior do corpo e, se exceder a capacidade do sistema linfático local, ocorrerá inchaço. É por isso que, no estágio avançado do lipedema (também conhecido como lipo-linfedema), o excesso de gordura está presente juntamente com um inchaço significativo.

Embora ainda sejam necessárias muitas pesquisas para entender a biologia subjacente, as observações acima sugerem que um ciclo vicioso pode estar funcionando em pacientes com lipedema. Em resumo, a gordura na parte inferior do corpo é naturalmente suscetível ao acúmulo excessivo de líquidos (inchaço), mesmo em adultos normais. Mas essa suscetibilidade é agravada em pacientes com lipedema que têm excesso de gordura e também anormalidades em pequenos vasos. Infelizmente, o inchaço prolongado por líquidos está associado a um maior acúmulo de gordura, o que, por sua vez, causa mais acúmulo de líquidos – criando uma condição que piora progressivamente. Esse ciclo vicioso parece ser uma explicação para o motivo pelo qual a doença piora progressivamente sem tratamento eficaz e por que esse agravamento não resulta apenas em mais acúmulo de gordura, mas também em retenção de líquidos.

Isso também oferece uma justificativa para a inclusão de roupas de compressão no tratamento contínuo do lipedema. Embora as roupas de compressão não possam reduzir a quantidade de gordura já presente, elas podem ajudar a diminuir o acúmulo de líquidos e impedir a progressão da doença. Clique aqui para saber mais sobre o uso de roupas de compressão para o tratamento de lipedema. Na ausência de aconselhamento personalizado, existem várias peças mais “genéricas” que parecem ser opções razoáveis, por exemplo as que tem um nível leve de compressão (12-17 mmHg), o que pode ser um bom ponto de partida para indivíduos que nunca usaram compressão antes – veja a Figura 2 abaixo.

Imagem de uma meia de compressão elástica, ideal para melhorar a circulação sanguínea e prevenir problemas de saúde. A meia é na cor preta e possui uma faixa elástica na parte superior para garantir maior conforto e segurança. Essa meia é indicada para pessoas que passam muito tempo em pé ou sentadas, como profissionais que trabalham em escritórios ou em pé em lojas. A meia de compressão elástica é uma ótima opção para quem busca cuidar da saúde e bem-estar.
Figura 2: Um exemplo do vestuário genérico de compressão de lipedema da Bioflect, que é de cintura alta, comprimento total até o tornozelo e oferece um nível de compressão baixo a moderado.

SINTOMAS E ESTÁGIO DE LIPEDEMA E LIPO-LINFEDEMA – UMA IMAGEM MAIS COMPLETA

Os sintomas do lipedema mudam com a progressão da doença. Em estágios avançados, o acúmulo excessivo de gordura e a insuficiência e danos progressivos do sistema linfático induz linfedema secundário e acúmulo de líquidos na área. Essa condição combinada conhecida como “lipo-linfedema” (estágio 4) exibe sintomas de lipedema e linfedema de membros inferiores, incluindo inchaço abaixo dos tornozelos e nos pés, que normalmente não é observado no lipedema.

Por outro lado, pacientes com casos avançados de linfedema não tratado podem começar a ver endurecimento do da pele devido a fibrose, perda de elasticidade da pele e deposição de gordura. Isso significa que casos avançados de lipedema e linfedema podem compartilhar sintomas semelhantes. Para complicar ainda mais o diagnóstico, a obesidade prolongada em indivíduos normais também parece induzir a formação de linfedema secundário e os sintomas associados.

Então, uma paciente sofre de lipedema, lipedema avançado (lipo-linfedema), linfedema avançado, linfedema secundário induzido pela obesidade ou simplesmente obesidade? Para ajudar no diagnóstico correto (principalmente para casos mais avançados), precisamos entender o histórico de sintomas de uma paciente e como seus sintomas mudaram com o tempo. Em outras palavras, para diagnosticar com precisão o lipedema, precisamos entender o histórico de sintomas de uma paciente no contexto dos quatro estágios da doença:

SINAIS E SINTOMAS DAS QUATRO ETAPAS DO LIPEDEMA:

1. Lipedema estágio I

Nesta fase, a aparência sozinha não pode ser usada para distinguir entre lipedema e um indivíduo saudável que carrega mais gordura nas pernas. Mas a aparência do paciente em conjunto com as outras características do lipedema do estágio 1 pode ser usada para efetivamente descartar ou descartar a condição em muitos casos. Considero a existência também de um estágio pré-clínico, onde as características ainda não estão evidentes, mas a história familiar e sintomas inflamatórios podem direcionar o diagnóstico

Características do Lipedema em Estágio I:

  1. As pernas parecem ter excesso de gordura desproporcional à parte superior do corpo e a perda de peso não diminui a gordura na área afetada. Essa gordura afeta as duas pernas na mesma extensão e é distribuída uniformemente dos quadris até os tornozelos. Acúmulos de gordura podem aparecer acima e abaixo dos joelhos, dificultando a visualização da forma normal.
  2. Não há excesso de gordura ou inchaço nos tornozelos ou pés.
  3. A pele parece saudável e não há mudança de cor.
  4. A gordura é dolorosa com a pressão. Os depósitos de gordura causados pelo lipedema geralmente são dolorosos se pressão for aplicada, diferentemente das mulheres saudáveis com pernas mais gordas ou das mulheres com linfedema, nenhuma das quais normalmente consideraria dolorosa uma pressão semelhante.
  5. Os depósitos de gordura podem doer espontaneamente em alguns pacientes, mesmo sem pressão ou sem serem tocados. Essa dor normalmente não responde a medicamentos de venda livre.
  6. A gordura é anormal. Os depósitos de gordura causados pelo lipedema também são anormais de outras maneiras. O tecido é mais suscetível a contusões devido a uma fragilidade microvascular no tecido (manchas roxas/azuis podem aparecer após eventos menores), processos inflamatórios (que por sua vez causam complicações adicionais) e infecções bacterianas da pele (“celulite”). Embora seja macia, a gordura pode parecer diferente quando comparada a outras áreas de gordura na parte superior do corpo e pode incluir pequenos nódulos de gordura uniformemente dispersos.
  7. O “sinal de Stemmer” é negativo. Isso significa que você é capaz de beliscar e levantar a pele na parte superior dos dedos, perto de onde eles saem do pé. Se o sinal de Stemmer fosse positivo, a carne na parte superior do dedo do pé seria sólida e a pele não poderá ser separada e pinçada. Este teste procura a presença de inchaço e tecido fibrótico nos pés, o que não ocorre no estágio 1 do lipedema. O sinal de Stemmer é positivo nos casos de linfedema nos quais o pé é afetado.
  8. Não há depressão quando a pressão do dedo ou do polegar é aplicada à área de gordura. Este é outro teste para inchaço. Se a pressão do polegar deixar um recuo que gradualmente preenche e desaparece, isso é um sinal de que o inchaço é de natureza líquida e não devido a depósitos de gordura (veja a Figura 3).
  9. Algum inchaço temporário nos tornozelos ou pés pode ocorrer no final do dia, mas com elevação ou sono, ele tende a desaparecer no lipedema do estágio 1.
edema-depressivo
Figura 3: Edema “pontilhado” em paciente com insuficiência cardíaca congestiva (fotografia reproduzida da bibliografia 5).

2. Lipedema estágio II e III

Sem os devidos cuidados, o estágio I do lipedema geralmente progride gradualmente para o estágio II. O estágio II tem os mesmos sintomas do primeiro estágio, exceto:

  1. Nódulos de gordura do tamanho de um punho podem começar a se desenvolver na área afetada.
  2. Nódulos gordurosos podem ser sentidos facilmente. Em vez da sensação suave de gordura, agora podem ser facilmente sentidos pequenos nódulos gordurosos e distribuídos de maneira desigual no tecido.
  3. A aparência da pele é irregular, com uma aparência texturizada e pode ficar com alteração na coloração.
O estágio III apresenta endurecimento e espessamento do subcutâneo com os nódulos grandes e protrusão de coxins/acúmulos de gordura especialmente nas coxas e em volta dos joelhos.
 

3. Lipedema em estágio IV (também conhecido como lipo-linfedema)

Casos avançados de lipedema levam muitos anos para se desenvolver (uma estimativa sugere que, em média, isso pode levar 17 anos ou mais). O lipedema em estágio IV é caracterizado pelas seguintes alterações:

  1. Pele grossa e endurecida com alguma alteração de coloração.
  2. As pernas não são mais simétricas. Grandes nódulos de gordura deformados se desenvolveram assimetricamente nas pernas, o que pode impedir o movimento normal do membro
  3. Linfedema está presente. O sinal de Stemmer é positivo, e as costas dos tornozelos e pés estão inchadas, indicativos da presença de fluido causado por uma insuficiência linfática secundária que se desenvolveu. Esse inchaço não desaparece após uma noite de sono e se torna linfedema crônico. Se este linfedema não for tratado, ele avançará pelos estágios do linfedema, desabilitando ainda mais o paciente.

DADA A VARIEDADE DE SINTOMAS, COMO O LIPEDEMA COMUM É DIAGNOSTICADO?

De um modo geral, não muito bem e não com muita frequência. Embora tenha sido relatado que 11% das mulheres sofrem da doença, a apreciação e o entendimento da doença ainda são limitados. De fato, ainda não sabemos ao certo qual é a verdadeira prevalência; as estimativas publicadas variam amplamente de 1 em 72.000 a 1 em 5 mulheres.

Como o lipedema não é muito conhecido, muitas vezes é incorretamente diagnosticado como obesidade simples ou linfedema primário (uma forma congênita de linfedema que geralmente afeta os dois lados do corpo). Também não ajuda que não haja protocolos padrão ou exames para diagnosticar lipedema no momento.

O lipedema e o lipo-linfedema são diagnosticados com mais eficácia pelo exame físico com palpação, combinado com um exame do histórico clínico da paciente e do histórico familiar, e não através de exames diagnósticos. O histórico familiar pode ser útil porque o lipedema tem um componente hereditário; estima-se que 15% das pessoas com lipedema tenham um membro da família com a condição.

COMO EU POSSO FAZER O DIAGNÓSTICO DO LIPEDEMA E LIPO-LINFEDEMA, E COMO POSSO OBTER UM DIAGNÓSTICO FORMAL?

Primeiro, se você tiver um inchaço inexplicável que apareceu muito recentemente, consulte um médico imediatamente. Existem muitas causas potenciais para o inchaço inexplicável, e algumas delas podem ser muito graves. Como a doença é crônica, e não aguda, qualquer queixa que tenha pouco tempo, diminui a probabilidade de ser lipedema. Você também deve consultar o seu médico de família para discutir quaisquer problemas de longa data que você está enfrentando com o inchaço.

Fizemos esse questionário de lipedema para tentar direcionar as queixas. Quanto maior a pontuação, maior a probabilidade de ser lipedema, mas não há um valor de corte.

Pode ser difícil para quem sofre de lipedema obter um diagnóstico correto e oportuno. Infelizmente, não existe um teste simples, portanto, diagnosticá-lo geralmente requer um pouco de investigação. Encontrar o melhor médico para o diagnóstico e tratamento do lipedema pode não ser fácil.

Se você suspeitar que tem essa condição, use a estratégia descrita abaixo para tentar diagnosticar. Muitos médicos de família e clínicos têm um conhecimento limitado do lipedema e, portanto, sua auto-avaliação (veja questionário de lipedema) podem ajudar você a obter um diagnóstico formal. O autodiagnostico, obviamente, não pode substituir um diagnóstico formal por um profissional de saúde experiente, mas ajuda você a falar de forma eficaz sobre os sintomas, você pode ser capaz de direcionar melhor o seu cuidado e obter o diagnóstico que você precisa. Como alternativa, procure diretamente um profissional de saúde com conhecimento sobre lipedema, se puder.

Veja como você pode diagnosticar lipedema e lipo-linfedema, bem como efetivamente procurar um diagnóstico formal:

  1. Responda o questionário de lipedema
  2. Descubra se você tem um histórico familiar da doença.
  3. Familiarize-se com os estágios de lipedema descritos acima e com os sintomas associados.
  4. Investigue seus sintomas e anote-os. Quais sintomas acima você está enfrentando atualmente? Isso inclui sentir diferenças de textura entre a gordura na área afetada e a gordura em outras áreas do corpo. Se sentem diferentes? Seus sintomas se encaixam em um dos estágios do lipedema acima? Lembre-se de que pode ser difícil fazer uma boa avaliação objetiva do próprio corpo (mesmo para profissionais de saúde) e, especialmente, sem experiência.
  5. Como seus sintomas mudaram com o tempo?
  6. Anote uma linha do tempo para seus sintomas – quando você notou algo em desenvolvimento? Que sintomas você teve então, como progrediram desde então e em que período? Você tem outros sintomas que não se enquadram na descrição acima? Faça um registro deles também.
  7. Depois de fazer o que disse acima, você poderá fazer uma tentativa razoável de excluir ou eliminar a possibilidade de ter lipedema. A parte complicada vem do fato de que existem outras condições que podem causar sintomas semelhantes, e é por isso que você definitivamente deve discutir suas descobertas com seu médico de confiança.
  8. Discuta seu cronograma de sintomas e histórico familiar com seu médico e informe-os de que você acredita ter lipedema. Seja paciente com seu médico, pois eles podem ter um conhecimento muito limitado do lipedema e ainda menos experiência em vê-lo em primeira mão. Por outro lado, eles podem acreditar que seus sintomas são atribuíveis completamente a outra condição, e não de fato devido ao lipedema. Ele fará o que é necessário para excluir outras possibilidades diagnósticas antes de aceitar ou ratificar o diagnóstico de lipedema. Por sua vez, você deve estar aberto à possibilidade de não ter lipedema e de que seus sintomas são atribuíveis a outra doença.
  9. Se o seu médico se surpreender com os sintomas ou sentir que não possui conhecimento suficiente sobre o lipedema, você pode solicitar uma indicação ou procurar uma segunda opinião (às vezes terceira, quarta, quinta…. esperamos que não chegue nessa situação).

Se você suspeitar que tem lipedema, pode aprender sobre como controlá-lo e impedir a progressão dos sintomas aqui: Guia do Paciente: Tratamento de Lipedema e Lipo-Linfedema.

Neste vídeo, o Dr. Alexandre Amato, cirurgião vascular do Instituto Amato, fala sobre como diagnosticar o lipedema, uma condição pouco conhecida que afeta principalmente mulheres. Ele explica que muitos profissionais de saúde não têm conhecimento sobre o assunto e, por isso, pode haver dificuldade no diagnóstico. O Dr. Amato apresenta um questionário que foi desenvolvido pela equipe do Instituto Amato para ajudar no diagnóstico do lipedema. O questionário contém perguntas que buscam identificar os sintomas mais comuns da condição, como dor, sensibilidade ao toque, desproporção corpórea e fragilidade capilar. Ele também indica que a Associação Brasileira de Lipedema é uma fonte confiável para encontrar profissionais de saúde que se dedicam a estudar o assunto. O vídeo termina com um convite para compartilhar o conteúdo com amigas e se inscrever no canal.

Sou o Dr. Alexandre Amato cirurgião vascular do Instituto Amato e hoje vou falar sobre como diagnosticar o lipedema. Essa é uma pergunta muito comum as mulheres acham que tem o lipedema ou que podem ter. Então, o que fazer para diagnosticar o lipedema? Quem é o médico para procurar quais são as ferramentas que estão disponíveis e o que a gente pode fazer. Primeiro: inscreva-se no nosso canal e vamos lá responder essa pergunta. Essa primeira pergunta surge porque há uma certa dificuldade de encontrar pessoas que se dediquem ao assunto. Então, muitas vezes, você passa em algum médico ou um profissional de saúde. Você acha que tem o lipedema e aí, no final, pode não ter o diagnóstico e continua na dúvida. Então o que pode ser feito? Primeiro eu não fique chateado com seu profissional, porque o lipedema não era ensinado nas faculdades de medicina ou de saúde no geral. É um assunto que apesar de ter sido descrito em 1940, é um assunto que foi deixado de lado por muito tempo. E as novidades estão vindo a cavalo agora. Primeiro, não fique chateada continue sua investigação. E eu tenho o maior orgulho de dizer que este mês foi publicado esse artigo científico. Publicado por nossa equipe que é dedicada ao assunto do lipedema. Então é a criação de um questionário em modelo de rastreamento de lipedema. A ideia desse desse trabalho, desse questionário é definir perguntas que podem ajudar no diagnóstico do lipedema. Não para definir o diagnóstico lipedema, mas sim para estipular as pacientes que estariam num risco maior de ter lipedema e as quais deveriam ser investigadas mais profundamente sobre a possibilidade de um lipedema. Então, foram elencadas perguntas e essas perguntas direcionam o diagnóstico. Não servem para afastar o diagnóstico, e nem para bater o martelo, para falar é certeza absoluta que é o diagnóstico. Mas sim, a cada ponto positivo que você vai somando nas perguntas, aumenta a probabilidade de ter o diagnóstico de lipedema. Então, as perguntas são: a primeira delas e mais importante é: Você sente que tem algo de errado nas suas pernas mas não sabe o quê? Então essa estatisticamente foi a pergunta mais relevante, possivelmente envolve até já ter ido em vários médicos não ter identificado o problema. Você continua achando que tem algum problema mas não sabe dizer exatamente qual que é. Então essa é uma pergunta muito relevante. A segunda pergunta suas pernas doem? Então a dor é importante no lipedema. A dor e a sensibilidade ao toque. Isso é muito relevante no diagnóstico do lipedema. A questão é: a dor não ocorre somente por causa do lipedema, existem várias outras doenças que podem levar a dor também. Desde trombose e varizes também pode. Uma infecção, uma inflamação, problema articular. Então é uma pergunta muito genérica, mas veja que a gente vai somando pontos. A terceira pergunta seria: Você tem problema para perder peso, principalmente na parte de baixo do corpo? Isso reflete a característica da desproporção corpórea do lipedema onde os membros que possuem essa gordura doente têm uma dificuldade maior de perder volume, de perder gordura. Então ao perder peso, se você perde mais um tronco isso pode sugerir. Então ganha mais um pontinho aí na probabilidade de lipedema. Outra pergunta é há uma desproporção corpórea? Então o como o hemicorpo superior a parte de cima da cintura e a parte de baixo da cintura são desproporcionais? Isso é muito frequente no lipedema uma das características do lipedema. Obviamente a gente está falando do lipedema como tendo membros inferiores e não membros superiores, mas, normalmente quem tem o acometimento o membro superior, tem um acometimento de membro inferior também, e pode relatar uma cintura fininha com o quadril mais largo ou perna mais larga ainda. Isso é muito relevante no diagnóstico do lipedema. Suas pernas ou braços formam hematomas frequentemente? São aqueles roxinhos. A pergunta usa a palavra hematoma mas talvez uma forma mais correta de dizer seria equimoses. Mas é que hematoma todo mundo conhece… Seria o roxo nas pernas. Então forma muito roxo aleatoriamente? do nada… Você não sabe se bateu e apareceu um roxo lá. Isso é muito frequente no lipedema. Então essa fragilidade capilar está relacionada com o Lipedema, então essa pergunta ajuda a direcionar o diagnóstico. Durante a puberdade você ganhou peso principalmente nos quadris, coxas, pernas ou braços? Essa é outra pergunta importante que remete a característica hormonal do lipedema então o lipedema ele tem uma influência hormonal muito grande. Tanto puberdade, menopausa, uma gestação. São momentos críticos do lipedema onde ele pode aparecer. Então essa pergunta reflete exatamente isso: se você percebeu uma mudança depois da puberdade e essa mudança poderia então sugerir a presença do lipedema. As outras duas perguntas remetem à amamentação e à menopausa. Se houve alguma mudança então na deposição de gordura nessas áreas. Nessas situações. Estatisticamente o trabalho mostrou que essas duas perguntas não foram relevantes estatisticamente mas simplesmente pelo fato de haver uma amostra menor um número menor de pessoas acometidas e o número não foi suficiente para comprovar. Eu realmente acredito que elas sejam perguntas importantes ainda pra ajudar no diagnóstico do lipedema. Então esse é o trabalho. Esse é o artigo eu vou deixar o link na descrição, tanto do artigo quanto do questionário montadinho pra você responder se quiser. E pra você encontrar médicos que estudam o assunto existe a Associação Brasileira de lipedema. O site www.lipedema.org.br. ORG de organização sem fins lucrativos. Então essa Associação Brasileira de Lipedema ela lista profissionais que se dedicam a estudar o assunto lipedema. Você pode encontrar alguém lá. Achou que esse vídeo pode ajudar alguma amiga sua? Compartilhem. Envie para ela para seus grupos de amigas. Inscreva-se no nosso canal e até o próximo.

Bibliografia:

Földi E., and Földi M. Földi’s Textbook of Lymphology. 3rd Germany: Elsevier GmbH. 2012 p364 – 369.
Herpertz U. Krankheitsspektrum des Lipödems an einer lymphologischen Fachklinik – Erscheinungsformen, Mischbilder und Behandlungsmöglichkeiten. Vasomed 1997 5:301–307.
Buck D.W, Herbst K.L. Lipedema: A Relatively Common Disease with Extremely Common Misconceptions. Plast Reconstr Surg Glob Open. 2016 Sep 28;4(9)  link to article
Child A.H., Gordon K.D., Sharpe P., et al. Lipedema: an inherited condition. Am J Med Genet A. 2010. Apr;152A:970–6. https://doi.org/10.1002/ajmg.a.33313
Trayes K.P., Studdiford J.S. et al. Edema: Diagnosis and Management. Am Fam Physician. 2013 Jul 15;88(2):102-10. https://www.aafp.org/afp/2013/0715/p102.html
Reich-Schupke S., Altmeyer P., Stucker M. Thick legs – not always lipedema. J Dtsch Dermatol Ges. 2013 Mar;11(3):225-33. https://doi.org/10.1111/ddg.12024
Weissleder H., Schuchhardt C. Lymphedema diagnosis and therapy. 4th Germany: Viavital Verlag. 2008 p294 – 323.
  • Verônica disse:

    Oii! Achei muito importante estes esclarecimentos desta doença.
    Descobri que tenho com 45 anos, e estou no estágio 3 da doença, tenho muita dor e fico com os meus membros muito inchados.

  • >
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