Tratamento inovador de fibromiomas

Ovário

Realizado pela equipe de angiorradiologia e cirurgia endovascular, dirigido pelo professor Dr. Alexandre Amato.

O QUE SÃO FIBROMIOMAS?

Os fibromiomas, leiomiomas ou miomas são tumores benignos que nascem nas paredes do útero. A sua dimensão pode ir de alguns milímetros a mais de 20 cm. Entre 20 a 40% das mulheres em idade fértil são portadoras de fibromiomas, sendo a sua frequência de cerca de 70% das africanas

QUAIS OS SINTOMAS MAIS COMUNS?

Os sintomas variam conforme a localização e dimensões dos fibromiomas no útero.

Os sintomas mais frequentes são:

Quanto à sua localização os Fibromiomas classificam-se em:

Sub-serosos – desenvolvem-se na porção externa da parede do útero e crescem para fora

Intra-murais – os mais frequentes que se desenvolvem na parede uterina

Sub-mucosos – são os menos frequentes, desenvolvem-se na superfície interna das paredes da cavidade uterina

 

COMO SÃO OS FIBROMIOMAS DIAGNOSTICADOS?

Os fibromiomas são geralmente diagnosticados durante um exame ginecológico. A presença de Fibromiomas é conformada por ecografia (ultrassom) ou por ressonância magnética

 

COMO OS FIBROMIOMAS SÃO TRATADOS?

Anti-inflamatório são muitas vezes são o primeiro passo para o tratamento dos fibromiomas. Num segundo passo, podem prescrever-se medicamentos à base de hormonas cujo efeito é temporário verificando-se, após a sua interrupção aumento de dimensões dos miomas e das hemorragias.

Miomectomia

Consistem na remoção cirúrgica de cada um dos fibromiomas. Não deve ser efetuada se os fibromiomas forem numerosos ou de grandes dimensões, devido aos maus resultados. Nestas situações, a embolização dos miomas é a única alternativa à Histerectomia. A cirurgia aberta tradicional implica estadia hospitalar de vários dias, seguidos por um período de convalescença de uma a seis semanas. A miomectomia pode complicar gravidezes subsequentes, pois provoca cicatrização do musculo uterino.

Histerectomia

Envolve a remoção da totalidade do útero. Elimina definitivamente os fibromiomas, mas tanto a estadia hospitalar como o período de convalescença são longos. E, claro, a histerectomia elimina a possibilidade de uma futura gravidez.

 

EMBOLIZAÇÃO

A embolização das arteiras uterinas é um novo tratamento que se realiza desde 1995. No nosso país, nossa equipe realiza o procedimento desde 2007.

A embolização é uma técnica micro-invasiva, com menos riscos que as técnicas cirúrgicas, cujo objetivo é interromper a circulação sanguínea que irriga os fibromiomas, resolvendo o problema de forma rápida e duradoura e preservando o útero. Sem irrigação sanguínea o fibromioma atrofia-se e os sintomas desaparecem. Sob anestesia local, e sem perda de sangue efetua-se um pequeno orifício de 1,5mm de diâmetro na virilha, através da qual se coloca um fino plástico chamado cateter e mediante monitoração por aparelho de raio X digital sofisticado é dirigido para as artérias uterinas.

Partículas de plástico finas, como grãos de areia, são então injetadas nas artérias uterinas. Como os fibromiomas tem muito sangue comportam-se como uma esponja, absorvendo aquelas partículas que vão entupir os ramos e os irrigam. Nas pacientes que ainda desejam engravidar efetuamos embolização parcial, ocluindo apenas os pequenos ramos que irrigam os miomas, poupando os maiores, para que a fertilidade seja conservada.

 

PREPARAÇÃO

Deve iniciar anti-inflamatórios 2 dias antes da embolização. No dia da embolização deve tomar um bom pequeno-almoço e os medicamentos prescritos, porque após a embolização não poderá comer nem beber. Ao chegar a casa após o tratamento, poderá comer uma dieta leve e um chá ou sopa.

Ao chegar ao quarto é colocado um soro na veia do braço.

Cerca de 1 hora antes de se iniciar a embolização uterina começam-se a administrar, analgésicos e anti-inflamatórios, através de soro colocado na veia.

A técnica dura geralmente de 30 a 60 minutos, estando a paciente consciente podendo mesmo visualizar o tratamento no monitor de televisão. Completada a embolização, retira-se o cateter, efetua-se compressão manual durante cerca de 5 minutos a que se segue de curativo compressivo que deve ser mantido até a manhã seguinte. Duas horas após a embolização a doente já se pode levantar do seu leito.

A internação dura apenas algumas horas e a quase totalidade das pacientes vai para casa 4 a 6 horas depois. Neste período haverá um contato permanente com a equipe médica para avaliar queixas ou esclarecer quaisquer dúvidas. Ao regressar a casa pode comer apenas dieta leve, um chá ou uma sopa.

QUANTO TEMPO DURA A CONVALESCENÇA?

No dia seguinte a embolização a doente não deve ficar acamada, e pode, na maioria dos casos, retornar a sua vida normal. Algumas pacientes iniciam mesmo suas atividades profissionais, não devendo contudo dirigir.

RESULTADO DA EMBOLIZAÇÃO

Estudos mostram que cerca de 90% nas mulheres as quais foi efetuada a embolização teve melhoria significativa ou total da hemorragia, dor e outros sintomas. Com o aumento de números de fibromiomas e das artérias embolizadas, com aumento das suas dimensões verifica-se uma redução do percentagem de sucesso que pode baixar para 80% ou mesmo 70%. Ou seja, nessesas situações, que 20 ou 30% das pacientes podem não melhorar. Os fibromiomas que melhor respondem à embolização são os submucosos e os intramurais. Em caso de insucesso a embolização pode ser repetida.

COMPLICAÇÕES APÓS À EMBOLIZAÇÃO

A embolização é uma técnica muito segura, contudo podem ocorrer alguns riscos associados á qualquer cateterismo, mas que são raros. Geralmente não se sente qualquer sintoma durante a embolização. Algumas pacientes podem referir náuseas, vômitos ou dor, que são facilmente controlados por medicação apropriada. Podem ocorrer as seguintes alterações:

  • Alguma hemorragia, pouco abundante, que pode acompanhar alguns pequenos fragmentos de fibromiomas
  • Alguma dor de leve a média intensidade (controlada com medicação)
  • Expulsão dos fibromiomas, o que é raro e apenas em fibromiomas submucosos. Ocorre na maioria dos casos, semanas ou meses após o tratamento. Se ocorrer deverá colocar gelo no abdome em baixo ventre e tomar antibiótico
  • O abdôme pode tornar-se raramente duro e distendido. Frequentemente não tem importância e dura apenas alguns dias, desaparecendo sem qualquer terapêutica, mas deve ser avaliado.
  • A coxa ou o abdômen podem ficar roxos, desaparecendo lentamente
  • Aparecimento de um pequeno “calombo” no local onde foi introduzido o cateter. Frequentemente não tem importância e desaparece sozinho, mas deve ser avaliado.
  • Falta de apetite, forças e mau estar, que são transitórios e melhoram facilmente sem qualquer medicação.
  • A febre é rara, mas pode ocorrer
  • Corrimento, sem odor, durante alguns dias.

Todos esses sintomas fazem parte do tratamento e desaparecem espontaneamente decorridos alguns dias.

 

 

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