Trombose Venosa Profunda (TVP): tromboembolismo

Infecções da corrente sanguínea

A Trombose Venosa Profunda (TVP) pode ser uma doença assustadora, mas a maior preocupação não é com o membro afetado. A preocupação principal é com a possibilidade do deslocamento de fragmentos destes coágulos através do sistema venoso, migrando e impactando nas artérias pulmonares, o que pode levar à Embolia Pulmonar e até mesmo ao óbito. Mas não é apenas a TVP que é preocupante – as suas sequelas, como a Síndrome Pós-Flebite, podem causar dor persistente, inchaço, pele escura e úlceras difíceis de cicatrizar. Felizmente, existem maneiras de ajudar a impedir a formação de um coágulo e prevenir as complicações, como se manter fisicamente ativo, hidratado, mover as pernas e manter um peso saudável. Além disso, é importante investigar os fatores de risco e buscar tratamento adequado e monitoramento por um médico especialista. Este artigo fornece informações essenciais sobre a TVP, incluindo opções de tratamento e prevenção de suas consequências.

Tive Trombose Venosa Profunda com ou sem Embolia Pulmonar

A Trombose Venosa Profunda (TVP) é doença  caracterizada pela formação de coágulos dentro das veias profundas (localizadas entre os músculos). Mais frequentemente ocorre em pernas, mas também pode ocorrer nos braços e em outras localizações.

Em conseqüência destes coágulos, o sangue que passava por estas veias fica represado na extremidade, causando inchaço (edema) do membro acometido. O inchaço dos músculos causa dor caracterizada como peso ou câimbra leve, tem início rápido e progressivo. As veias superficiais ficam ingurgitadas pelo desenvolvimento da circulação colateral.

Apesar do nome assustador “trombose”, a maior preocupação não é com o membro acometido, pois muito raramente os danos aos membros serão graves. Diferentemente da trombose arterial, outra entidade também com o nome “trombose”, que aí sim pode causar danos aos membros. A maior preocupação é no deslocamento de fragmento destes coágulos
através do sistema venoso, migrando atraves das câmaras cardíacas e impactando nas artérias pulmonares. Este fenômeno é conhecido como Embolia Pulmonar e pode ocasionar a
falta de ar ou até mesmo o óbito.

O vídeo apresentado pelo Dr. Alexandre Amato fala sobre a embolia pulmonar, uma doença grave que pode ocorrer após uma trombose venosa, na qual um coágulo se desprende e obstrui uma artéria pulmonar, interrompendo a troca de oxigênio. Para prevenir essa condição, é importante identificar os principais fatores de risco, que incluem estase sanguínea, lesão endotelial e trombofilia, e adotar medidas profiláticas, como a deambulação precoce, a elevação dos pés da cama, a hidratação e a compressão elástica. Caso ocorra a embolia pulmonar, é necessário tratar com anticoagulantes ou cirurgia, dependendo do caso, e em alguns casos pode ser necessária a internação em um hospital. É importante conversar com o médico e ir ao pronto socorro se houver sintomas de embolia pulmonar, como falta de ar, dor no peito ou hemoptise.

Olá! Sou o Dr. Alexandre Amato, cirurgião vascular do Instituto Amato. E hoje eu vou falar sobre a embolia pulmonar que é uma doença gravíssima o que a gente pode fazer para prevenir uma embolia pulmonar, normalmente desencadeada após uma trombose venosa. Ou a pessoa tem uma trombose venosa, normalmente em membros inferiores e esse trombo se desprende e vai entupir como se fosse uma rolha, uma artéria pulmonar. E essa artéria pulmonar, ela é responsável por levar o sangue que vai fazer a troca de oxigênio. A gente fica sem a troca de oxigênio nessa área do pulmão, ocorrendo aí a embolia pulmonar e, dependendo do tamanho dessa embolia pulmonar, pode levar ao óbito. Leva muito frequentemente ao óbito. Então, a conversa de hoje é como evitar essa embolia pulmonar. Resumindo, como evitar uma morte por um mal súbito, que é perfeitamente evitável. Para entender a embolia pulmonar, a gente tem que entender por que a trombose se forma. Então, existem três fatores principais que foram descritos por Virchow há muito tempo atrás que, em primeiro lugar, a estase sanguínea e em segundo lugar, a lesão endotelial e em terceiro lugar, a alteração da crase sanguínea, ou seja, uma trombofilia. O que isso significa? Significa basicamente que se o sangue fica parado muito tempo num vaso, ele tem a propensão de coagular mais. Mas também significa que se você tem uma lesão endotelial, ou seja, uma lesão ou um trauma nessa parede do vaso, ele também vai acabar desencadeando a cascata da coagulação e formando um trombo. Mas também significa que quem tem uma doença do sangue, quem tem uma trombofilia, que eu já falei aqui em vídeo, que aumenta a probabilidade de ocorrer uma trombose, também fica mais sujeito a formação de trombo e, consequentemente, de uma embolia. Então, sabendo disso, a gente consegue rastrear as principais causas de embolia e se a gente sabe quais são as principais causas, os principais fatores de risco, a gente consegue identificar as pessoas que têm um risco elevado e tratar ou fazer a profilaxia para evitar que isso aconteça. Então, isso vai acontecer aonde? Vai acontecer em cirurgias muito grandes, cirurgias de joelho, quadril, cirurgias que vão causar uma imobilidade prolongada, câncer ou cirurgia para o câncer, ou a própria quimioterapia que é o tratamento para o câncer. Tudo isso aumenta a probabilidade de ter uma trombose venosa. Entre as pessoas que estão numa situação dessa têm que ficar atentas a isso. As trombofilias que são o aumento dessa probabilidade de ter uma coagulação maior. Trombofilia tem várias doenças que entram em vez de um que é muito frequente, que é o fator cinco de Leiden. Em 5% da população tem uma forma mais branda dessa dessa doença. Mas existem várias outras, como a proteína C, S e muitas outras trombofilias. Mas se a gente fala de trombofilia, a gente está falando do aumento de probabilidade de trombose. Então a gente pode rastrear até grupos de pessoas que têm um aumento dessa probabilidade. Eu posso falar de macro grupos, de grupos maiores. Mulheres, Elas estão sujeitas a ter uma trombose mais frequentemente do que homens. Para aqueles que têm um grupo sanguíneo tipo A, também tem um aumento de risco de trombose, esse aumento é pequenininho, mas ele existe. A idade avançada, à medida que a gente vai ganhando, o nosso RG vai ficando baixo, que a gente vai ganhando anos de vida, aumenta o risco de trombose. Uma gestação, a gravidez, a gravidez ela comprime a veia cava, tem um monte de hormônios circulando no sangue, tudo isso aumenta a probabilidade de uma trombose, o pós parto também tem esse risco. A obesidade, tal qual a gente, não consegue dizer muito bem se é a própria obesidade ou se é a imobilidade associada à obesidade. Mas ela pode aumentar o risco de trombose. Um trauma, então não há os politraumas de alguém que sofreu um acidente de carro ou algum acidente grave vai ter um risco maior do que um acidente pequenininho. Lógico, porque aí você começa a associar a fatores. Então, um trauma muito grande, vai ter um período de mobilidade e esse período de mobilidade aumenta a estase. O uso de catéter centrais, essas punções de veia muito profunda. Isso pode aumentar o risco de trombose e até mesmo o fato de ter varizes, veias varicosas nas pernas. Mas aí eu não estou falando daquelas varizes estéticas, pequenininhas. Não, estou falando de varizes descompensado, as varizes grandes, uma insuficiência venosa significativa. E isso pode aumentar o risco de uma trombose venosa. Então, se você fez uma cirurgia ou está em vias de fazer uma cirurgia, saiba que o pós operatório imediato é o momento crítico em que você tem que ficar bem atento aos sinais e sintomas de uma embolia pulmonar, que são então a falta de ar, uma dispneia, uma falta de ar súbita, uma dor no peito, uma dor torácica que pode ser aguda ou sob aguda. Ou seja, você pode ter abruptamente essa dor ou pode ter uma dor meio arrastada por algumas horas. a hemoptise que seria o escarro com o sangue também pode estar presente. Existem alguns outros sintomas que podem ou não estar presentes, como uma febre, uma tosse, essa tosse pode até ser seca, uma palpitação, uma taquicardia. Tudo isso pode estar relacionado a uma embolia. Então, se você tiver qualquer um desses sintomas, é bom você ir no hospital e rápido. No pronto socorro, a embolia pulmonar a gente trata no pronto socorro. Se ela identificado cedo, a gente consegue fazer o tratamento. Agora eu vou falar do D-dímero, que é o exame que a gente faz para ajudar no diagnóstico da trombose. Eu acho que vale a pena conversar um pouquinho sobre D-dímero, porque depois da história do ocorrido, estão pedindo D-dímero pra tudo e eu estou recebendo pacientes que estão tratando D-dímero alto e a gente não trata exame, a gente tem que tratar o paciente. E o D-dímero, ele tem uma característica muito peculiar. Ele não é um exame que quando deu positivo quando ele está alto, ele não fala deu trombose. Quando ele está alto, ele fala mais ou menos o seguinte trombose é um possível diagnóstico, dentre vários outros. Entre eles, um trauma um câncer ou até mesmo a inflamação. E o Covid é uma doença inflamatória. Então, o aumentar do D-dímero, não significa que você tem trombose ou que você tem embolia pulmonar. E é isso, a gente está falando de uma doença respiratória como o Covid e a pessoa vai estar com falta de e a gente vê um D-dímero positivo. A falta de ar e o D-dímero positivo não é o suficiente pra gente falar que tem uma embolia pulmonar ou que tem uma trombose. O D-dímero positivo significa simplesmente olha, pode ter uma trombose, mas eu não sei o que é, investiga mais um pouco, mas você pode estar perguntando, mas por que a gente pede um exame desse que não dá um diagnóstico preciso? Simples, porque quando ele vem é negativo, a mensagem é essa fica tranquilo que trombose não é! Então, quando ele vem em negativo, ele é um exame muito útil para descartar uma doença grave e falar “Olha, você não tem uma doença grave, segue sua vida.” Agora, quando ele vem positivo, ele não é o suficiente para dar o diagnóstico de uma trombose e de uma embolia pulmonar. Isso tem que ficar muito claro. Eu já recebi um monte de paciente aqui desesperado, acompanhando um D-dímero alto por semanas, meses depois de uma trombose, achando que tem alguma doença, mas na verdade, pode ser simplesmente um processo inflamatório decorrente da síndrome pós-covid. Agora, sabendo que você está dentro de um grupo de risco, a gente tem que aumentar as medidas profiláticas. Eles tem que fazer mais coisa para evitar que ocorra essa trombose, que essa rolha entupa o seu pulmão. E o que a gente pode fazer? Tem a profilaxia medicamentosa, que é o uso de drogas e medicamentos que vão afinar o sangue, que vão diminuir a coagulabilidade, vão diminuir a propensão de formar coágulos e tem a profilaxia não medicamentosa. A profilaxia medicamentosa vai ficar na mão do médico, ele vai ter que prescrever para você, se for necessário. Aqui no nosso hospital dia, a gente tem um protocolo de avaliação de trombose venosa e de embolia pulmonar. Então todos os pacientes que entram vão preencher esses critérios aqui a gente vai ver quem vai precisar e quem não vai precisar da profilaxia. Esse é um método pra gente evitar uma embolia pulmonar, aumentando o nível de profilaxia para que eles pacientes que têm um risco mais alto. Esse é um método para aumentar a segurança do paciente que vai sofrer uma cirurgia. Mas a gente tem a profilaxia não medicamentosa também. O que é isso? É a deambulação precoce, é voltar a se movimentar mais cedo, é elevar os pés da cama para melhorar o retorno venoso, é tomar bastante líquido, se hidratar bem e tomar bastante água mesmo para ficar com o sangue mais líquido, mais fluído. E isso é diminuir a viscosidade sanguínea, isso também diminui a propensão a formar coágulos. Em alguns casos, pode ser necessário a elastocompressão, então a gente vai colocar meia elástica para melhorar esse retorno venoso. Em alguns carros que a gente identifica que tem um risco maior ainda, pode ser necessário a bomba de compressão pneumática, que fica comprimindo a perna e bombeando esse sangue de volta para a circulação. Agora, se você já tem o diagnóstico de embolia pulmonar ou se foi feito o diagnóstico de embolia pulmonar, a gente vai ter que tratar. A embolia pulmonar é uma doença grave, mas se a gente identifica cedo e trata cedo, a gente consegue evitar uma complicação catastrófica. Essa complicação a gente evita então, com o tratamento medicamentoso, seriam os anticoagulantes. Existe o tratamento cirúrgico para alguns casos específicos, em que essa rolha é muito grande. A gente precisa dissolver ou tirar essa rolha do pulmão e a gente vai entrar com um cateter lá dentro e dissolver essa essa rolha ou com um medicamento que faz ela se dissolver, ou mesmo de uma forma mecânica, como se fosse um roto rooter. Ele vai arrancando e tirando essa essa rolha, mas isso só pode ser feito em alguns hospitais, e em alguns casos mais graves, não é para ser feito para todo o mundo. Tudo isso depende do tamanho dessa rolha e do grau de complicação respiratória que está levando. Muitas vezes é necessário a internação para ter que ficar em observação médica, embora se for o casos mais leves, é possível fazer o tratamento em casa também. E em alguns casos em que ocorre essa embolia recorrente, pode ser necessário a colocação de um filtro de veia cava, que é um dispositivo que a gente coloca cirurgicamente dentro de uma veia e que vai acabar filtrando qualquer rolha que tentar passar por esse espaço. Então, o tratamento tem que ser individualizado para cada caso, tem que ser feito pelo médico especialista e tem que ser feito, pelo menos inicialmente, num hospital. Se você tem os fatores de risco para uma trombose, para uma embolia pulmonar, por favor, converse com seu médico, por favor, vá um pronto socorro. Não fique na dúvida. Essa é uma das doenças que não dá para a gente esperar para ver o que vai acontecer. Gostou do nosso vídeo? Inscreva-se em nosso canal, compartilhe com seus amigos e até o próximo! Mas espere um pouquinho que vou deixar mais um vídeo aqui para você assistir!

Quando o paciente apresenta TVP sempre devem ser investigados os seus fatores de risco, pois pode ser conseqüente à um trauma, uso hormonal (anticoncepcionais por exemplo), imobilizações prolongadas, doenças sanguineas como trombofilias (fazem o sangue coagular mais que o desejado) e outras.

O tratamento inicial da trombose venosa profunda (TVP) é o repouso com o membro acometido elevado e a anticoagulação, inicialmente com medicamento injetável que assim que
possível é substituído por medicamento por via oral. O tratamento pode ser feito em regime hospitalar ou mesmo em casa, desde que o paciente colabore com o médico e com o tratamento proposto. Não se assuste se seu médico oferecer apenas a opção de internação hospitalar, assim ele pode controlar melhor a dosagem dos medicamentos e fazer exames em série.

A Trombose Venosa Profunda e suas seqüelas são mais graves quando ocorrem em veias maiores. Então existem tromboses menores e maiores, conseuqentemente com menores ou maiores riscos.

As medicações anticoagulantes devem ser mantidas e monitoradas pelo médico especialista, pois o risco de Embolia Pulmonar após a trombose venosa profunda é estatisticamente superior ao da população geral.

O maior risco de embolia pulmonar ocorre nos primeiros dias da trombose venosa, devendo o paciente permanecer em repouso relativo neste período. Após isto o paciente fica liberado para
retornar paulatinamente às atividades usuais que não envolvam risco de trauma, pois existe risco de hemorragia enquanto estiver usando medicamentos anticoagulantes.

Há também a alternativa de destruir estes coágulos através de procedimentos cirúrgicos e medicamentosos (Trombólise/Fibrinólise). A grande vantagem desta abordagem é a rápida resolução do quadro de trombose e prevenção de seqüelas graves tardias. Porém o procedimento não se aplica à todos que apresentam TVP, a seleção dos pacientes é importante pois o procedimento também envolve riscos.

As seqüelas tardias ocorrem devido à sobrecarga imposta às válvulas dos sistemas venosos superficial e profundo conseqüente à obstrução do sistema venoso profundo. O aumento da pressão venosa por longos períodos pode causar uma insuficiência venosa crônica grave e posteriormente, anos após a trombose, o paciente pode apresentar desde varizes e inchaço a úlceras venosa.

Quando o trombo no sistema profundo é espontaneamente recanalizado, as válvulas são destruidas e tornam-se insuficientes, também contribuindo para as seqüelas tardias. Para evitar a síndrome pós trombótica é indicado o uso de terapia compressiva, sendo a mais comum a meia elástica. A terapia compressiva deve ser contínua até que as condições circulatórias sejam restabelecidas. Se houverem seqüelas no sistema venoso profundo, a terapia compressiva prolongada é indicada até a resolução das disfunções detectadas.

 

Quando o tratamento com anticoagulantes não pode ser realizado devido ao risco de hemorragias ou por complicar tratamentos cirúrgicos, há indicação de prevenção da Embolia Pulmonar por
meio de implante de Filtro de Veia Cava Inferior. Estes têm a função de prevenir a embolia pulmonar letal, mas não protegem contra a propagação da trombose no membro. De modo que o filtro deve ser aplicado em casos selecionados apenas, onde a anticoagulação é inviável.

Desta forma o tratamento preventivo dos fatores de risco para a Trombose Venosa Profunda é o ideal. 

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