Fatos Rápidos
- Fibromialgia afeta entre 2-4% das pessoas, mais frequentemente as mulheres do que os homens.
- Fibromialgia não é uma doença autoimune ou uma doença com base em inflamação, mas a pesquisa sugere que o sistema nervoso esteja envolvido.
- Os médicos diagnosticam fibromialgia com base em todos os sintomas relevantes do paciente (o que você sente), não mais com base apenas no número de lugares sensíveis durante um exame.
- Não há nenhum teste para detectar esta doença mas você pode precisar fazer exames laboratoriais ou raios-x para descartar outros problemas de saúde.
- Embora não haja nenhuma cura, medicamentos podem reduzir os sintomas em alguns pacientes.
- Os pacientes também podem se sentir melhores com cuidados pessoais adequado, tais como exercícios e dormir o suficiente.
Fibromialgia é um problema de saúde neurológica comum que causa dor generalizada e sensibilidade à dor (sensibilidade ao toque). A dor e a sensibilidade tendem a ir e vir e mover-se pelo corpo. Na maioria das vezes, as pessoas com esta doença crônica (a longo prazo) são fatigadas (muito cansadas) e tem problemas de sono. O diagnóstico pode ser feito com um exame cuidadoso.
Sumário
Código:
M79.7
O que é fibromialgia?
Fibromialgia é uma condição de saúde crônica neurológica que causa dor por todo o corpo e outros sintomas. Outros sintomas da fibromialgia em pacientes com mais frequência são:
- Sensibilidade ao toque ou pressão afetando os músculos e, algumas vezes, articulações ou até mesmo a pele
- Fadiga severa
- Problemas de sono (acordar não revigorado)
- Problemas de memória ou de pensar claramente
Alguns pacientes também podem ter:
- Depressão ou ansiedade
- Dores de cabeça de enxaqueca ou tensão
- Problemas digestivos: Síndrome do intestino irritável (comumente chamado de SII) ou doença do refluxo gastresofágico (muitas vezes referida como DRGE)
- Bexiga hiperativa ou irritável
- Dor pélvica
- Desordem da articulação temporomandibular – muitas vezes chamado de ATM (um conjunto de sintomas, incluindo dor facial ou mandíbula, clique no maxilar e zumbido nos ouvidos)
Epidemiologia
Fibromialgia é mais comum em mulheres, mas pode ocorrer em homens. Na maioria das vezes começa no meio da idade adulta, mas pode ocorrer na adolescência e na velhice. Você está em maior risco para a fibromialgia se você tem uma doença reumática (problema de saúde que afeta as articulações, músculos e ossos). Estes incluem osteoartrite, lúpus, artrite reumatoide, ou espondilite anquilosante.
A fibromialgia é uma doença crônica que causa dor generalizada, sensibilidade ao toque, fadiga, sono não reparador, sintomas digestivos e ansiedade. É mais comum em mulheres e geralmente aparece após algum evento traumático na vida da pessoa. O diagnóstico é feito através da exclusão de outras possíveis causas dos sintomas e é tratada através de uma abordagem multifacetada, incluindo exercícios, terapia cognitivo-comportamental e medicamentos. É importante que os pacientes e médicos trabalhem juntos para encontrar o tratamento mais eficaz para cada indivíduo.
Olá, pessoal! Eu sou o Dr. Alexandre Amato, cirurgião vascular do Instituto Amato, e hoje vou falar sobre essa misteriosa doença que é a fibromialgia. A fibromialgia é uma doença onde o cérebro parece que liga um alarme e ativa todo o sistema nervoso, desencadeando muita dor pelo corpo. É uma doença de exclusão, ou seja, é uma doença que, quando a gente não encontra outra razão para os sintomas dela, a gente acaba fazendo o diagnóstico da fibromialgia.
Agora, ela é super frequente em mulheres, em torno de 70 a 90 por cento das pessoas que têm fibromialgia são mulheres. Mas, apesar disso, não parece ter uma relação hormonal. A idade de aparecimento gira em torno de 30 a 60 anos e ela costuma aparecer após algum evento traumático na vida da pessoa, então pode ser um trauma físico, pode ser um trauma psicológico, uma infecção muito grave. Então, parece que tem um gatilho, algo que inicia essa fibromialgia.
Então, a fibromialgia é caracterizada por uma dor muscular generalizada, uma sensibilidade ao toque, está muito frequentemente relacionada à síndrome do intestino irritável, a ansiedade. Então, tem essa dor difusa pelo corpo, ou seja, o corpo inteiro pode sentir dor com pontos de gatilho, pontos que a gente encosta e vai sentir dor, pode estar relacionada também com rigidez muscular, com fadiga, com cansaço, com perda de memória, com depressão e também com um sono não reparador. Então, é aquele sono que você acorda com a sensação de que passou um caminhão por cima, de que não foi repousante, não descansou o suficiente.
São pessoas que têm dificuldade em se manter num sono profundo e que acordam dizendo que acordaram mais cansadas do que quando foram dormir. Agora, essa má qualidade do sono entra num ciclo vicioso, então isso vai trazer uma fadiga no dia seguinte, essa fadiga piora também todo o mal-estar, toda dor, e no final do dia vai ter dificuldade para dormir de novo. Então, essas são características bem típicas da fibromialgia.
Outra coisa muito frequente é uma sensação de inquietude nas pernas, uma dor, uma sensação estranha, que pode ser caracterizada como aquela síndrome das pernas inquietas que a pessoa fica mexendo a perna. Isso acontece de noite e isso também dificulta o sono.
Então, como é que a gente faz o diagnóstico? Não existe nenhum exame que a gente faça e que venha um laudo “Olha, deu fibromialgia!” O que não se discute mais hoje em dia e se a dor é real ou não é real. Apesar de não ter lesão nos tecidos, apesar de não aparecer uma lesão, um trauma, algo visível nos exames, a gente sabe que essa dor é real, que ela existe, mas é muito importante descartar outras doenças, outras doenças que possam trazer sinais, sintomas semelhantes. Então, uma delas que é um assunto que eu adoro falar aqui é o Lipedema, o lipedema também vai trazer essa dor, também vai trazer esse incômodo, muitas vezes está associada a uma dificuldade no sono, vai ter essa sensibilidade ao toque, de forma que recentemente saiu um trabalho científico mostrando exatamente a diferença entre o lipedema e a fibromialgia.
É uma coisa importante é que, como eu disse anteriormente, a fibromialgia é uma doença de exclusão, ou seja, você precisa descartar outras doenças antes de falar que é a fibromialgia e, muitas vezes, até por desconhecimento, as pessoas acabam ignorando a possibilidade de um lipedema antes de falar que é fibromialgia, tem que avaliar se é um lipedema.
Então, no lipedema, a dor é mais localizada, a paciente consegue falar “Olha, a dor é aqui!” A dor é em membros, na fibromialgia, a dor pode acontecer em tronco também, mas essa dor na gordura, localizada na gordura, é mais característica do lipedema. Uma outra característica que ajuda bastante a diferenciar, principalmente nos estágios mais avançados, é a desproporção corporal. Então, no lipedema, tem essa distribuição anômala da gordura em membros, de forma que o tronco acaba sendo mais fino do que os membros e isso não ocorre na fibromialgia. Mas é muito difícil notar essa desproporção nos estágios iniciais do lipedema, principalmente no estágio 1, ou mesmo nos estágios pré-clínicos, onde já tem os sintomas, já tem o início de uma deposição de gordura, mas uma quantidade muito pequena que ainda não causa essa desproporção.
Agora, uma coisa muito interessante é a percepção de doença na fibromialgia, as pessoas que têm uma fibromialgia têm uma percepção de doença muito maior do que as pessoas que têm lipedema. Isso pode acontecer por várias razões, muitas vezes porque a fibromialgia causa um impacto maior socialmente na vida, ou talvez porque no lipedema muitas mulheres já estejam de certa forma parcialmente controladas.
Agora, os critérios principais de diagnóstico da fibromialgia são a existência de 11 pontos dolorosos de 18 pontos pré-definidos que são esses aqui que eu estou mostrando. Agora, essa dor ela tem que persistir por mais de três meses.
Agora, para você que tem fibromialgia ou que acha que pode ter, o que pode fazer para aliviar essa dor, esse incômodo? Então, tem vários aspectos do dia a dia que a gente pode fazer para melhorar. Então, fica aí para as próximas dicas que são fundamentais. A primeira delas é alongamento, alongamento antes de exercício, alongamento depois de exercício, vários alongamentos diferentes de musculaturas diferentes, alongamento cervical, alongamento dos braços, alongamento de membro inferior. Todos esses podem ser feitos e ajudam bastante na diminuição dessa sensação dolorosa. Massagem, fisioterapia também podem ajudar. Uma outra coisa muito importante: como eu falei que a fibromialgia está muito associada a problemas do sono, é fazer a higiene do sono. A gente tem alguns vídeos sobre higiene do sono aqui no canal, siga essas dicas que vão ajudar bastante se você tem esse problema. E o exercício físico que é fundamental para todas as doenças vasculares e para várias doenças crônicas, quais exercícios podem ser úteis? Os exercícios aquáticos são muito bons, a ioga, pilates ou qualquer exercício que você mais gosta. O ato de fazer o exercício vai liberar endorfina e vai ajudar bastante na recuperação. E usar sempre que for necessário os medicamentos prescritos pelo seu médico. É necessário fazer acompanhamento! Gostou do nosso vídeo? Inscreva-se aqui no nosso canal, compartilhe com seus amigos e até o próximo!
Causa
As causas da fibromialgia não são claras. Elas podem ser diferentes em pessoas diferentes. A pesquisa atual sugere envolvimento do sistema nervoso, particularmente o sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). Fibromialgia não é uma doença autoimune, inflamatória ou transtornos articulares ou musculares. Fibromialgia pode ocorrer nas famílias. Provavelmente existem certos genes que podem tornar as pessoas mais propensas a ter fibromialgia e os outros problemas de saúde que podem ocorrer por causa dela. Apesar disso, os genes, sozinhos, não causam fibromialgia.
Na maioria das vezes, alguns fatores que desencadeiam a fibromialgia. Pode ser problemas de coluna, artrite, lesões ou outro tipo de estresse físico. Estresse emocional também pode desencadear essa doença. O resultado é uma mudança na forma como o corpo “fala” com a medula espinhal e o cérebro. Podem alterar os níveis de proteínas e substâncias químicas do cérebro. Mais recentemente, a fibromialgia tem sido descrita como transtorno de amplificação de dor central, ou seja, que o volume de sensação de dor no cérebro se torna muito alto.
Embora a fibromialgia possa afetar a qualidade de vida, ainda é considerado clinicamente benigna. Não provoca qualquer ataques cardíacos, acidente vascular cerebral (derrame), câncer, deformidades físicas ou perda da vida.
Sinais e Sintomas
Um médico vai suspeitar de fibromialgia baseado nos seus sintomas. Os médicos podem exigir que você tenha sensibilidade à pressão ou pontos dolorosos em um número específico de determinados pontos antes de dizer que você tem fibromialgia, mas eles não são obrigados a fazer o diagnóstico (veja a tabela). Um exame físico pode ser útil para detectar a sensibilidade e para excluir outras causas de dor muscular. Existem testes diagnósticos (como radiografias ou exames de sangue) para este problema. Mesmo assim, você pode precisar de exames para descartar um outro problema de saúde que pode ser confundido com fibromialgia.
Como a dor generalizada do corpo é a principal característica da fibromialgia, prestadores de cuidados à saúde irão pedir para descrever a sua dor. Isso pode ajudar a distinguir entre fibromialgia e outras doenças com sintomas semelhantes. Outras condições, tais como hipotireoidismo (hipoatividade da glândula tireoide) e polimialgia reumática algumas vezes imitam a fibromialgia. Exames de sangue podem dizer se você tem qualquer um destes problemas. Às vezes, a fibromialgia é confundida com artrite reumatoide ou lúpus. Mas, novamente, há uma diferença nos sintomas e testes físicos e exames de sangue vão ajudar seu médico a detectar esses problemas de saúde. Ao contrário da fibromialgia, essas doenças reumáticas causam a inflamação nas articulações e tecidos.
Critérios necessários para um diagnóstico de fibromialgia
- Dor e sintomas durante a semana passada com base no número total de áreas dolorosas de 19 partes do corpo mais o nível de gravidade destes sintomas:
- fadiga
- acordar não revigorado – sono não repousante
- problemas cognitivos (de memória ou pensamento).Somado o número de outros sintomas físicos gerais
- sintomas durando pelo menos três meses em um nível semelhante
- nenhum outro problema de saúde que explique a dor e outros sintomas
Diagnóstico diferencial
A síndrome da fibromialgia possui manifestações clínicas bem características e critérios diagnósticos estabelecidos. Entretanto, tem sido confundida com diversos outros distúrbios. O motivo é que diversas doenças reumáticas e não reumáticas podem se manifestar por dor difusa e fadiga crônica.
O paciente com hipotireoidismo pode apresentar um quadro clínico que aparenta fibromialgia. Outro distúrbio hormonal que pode causar confusão diagnóstica com a fibromialgia é o hiperparatireoidismo primário. Este distúrbio é causado, na maioria das vezes, por um adenoma de paratireoide (80 a 90% dos casos). Deficiência de vitamina D com hiperpatiroidismo secundário pode causar dores ósseas e musculares, que podem ser interpretadas como fibromialgia. Em certas situações, a osteomalácia pode fazer parte do diagnóstico diferencial, pois alguns pacientes iniciam o quadro com sensação de fraqueza, dor muscular e sensibilidade óssea, antes das manifestações radiográficas e metabólicas da doença.
A polimialgia reumática é uma condição que deve ser sempre lembrada no diagnóstico diferencial da fibromialgia. Às vezes, a polimiosite (assim como outras miosites) pode ser confundida com fibromialgia. Algumas doenças autoimunes do colágeno, particularmente a artrite reumatoide e o lúpus eritematoso sistêmico, podem inicialmente se manifestar com dor difusa e fadiga, conduzindo ao diagnóstico equivocado de fibromialgia. Em outras situações, pacientes com uma artrite reumatoide ou lúpus eritematoso sistêmico estabelecido, com as variadas manifestações clínicas e laboratoriais dessas moléstias, podem apresentar, simultaneamente, um quadro de fibromialgia. Não raramente, a síndrome de Sjögren pode ter como manifestação inicial sintomas de dor muscular difusa e inespecífica, acompanhada de cansaço, podendo causar dificuldade diagnóstica até que parâmetros laboratoriais e outras características clínicas se façam presentes.
Certas reações adversas a determinados medicamentos podem causar mialgias difusas e atrapalhar o médico desinformado. Entre essas medicações, destacam-se os bloqueadores de receptores H2 (utilizados para doença péptica), os fibratos e as estatinas (empregados para o tratamento das dislipidemias) e comumente utilizados pelos pacientes vasculares.
Uso de drogas causa reações que se assemelham a um quadro de fibromialgia, particularmente nos pacientes viciados em cocaína e canabis.
Pacientes etilistas também podem apresentar quadros de dores musculares, seja durante o período do abuso do álcool ou do período de abstinência ao mesmo.
Certas infecções, em particular a hepatite C, o HIV e a doença de Lyme, podem provocar dores musculares difusas e impor dificuldade diagnóstica, principalmente quando não há febre ou outros sintomas típicos. As análises laboratoriais sorológicas podem contribuir para elucidar alguns casos.
Pacientes que realizaram corticoterapia por longos períodos, independentemente do motivo, podem sofrer de uma crise de abstinência ao corticoide, particularmente se a retirada do medicamento for feita de maneira abrupta e inadequada. Esses pacientes podem passar a experimentar dores musculares difusas, que respondem rapidamente à reutilização do medicamento.
Outra condição que deve ser considerada no diagnóstico diferencial da síndrome da fibromialgia é a síndrome paraneoplásica (paraneoplasia). Em raras situações, uma paraneoplasia pode se manifestar com quadro similar ao da fibromialgia e lançar um importante desafio diagnóstico, particularmente no caso do carcinoma broncogênico.
A síndrome da fadiga crônica também deve ser lembrada no diagnóstico diferencial. O antecedente de febre baixa ou de faringite recorrente, além da presença de linfadenopatia, pode contribuir para clarificar o diagnóstico. Nesta síndrome predomina o cansaço, enquanto na fibromialgia predomina a dor difusa.
Talvez a dificuldade diagnóstica maior seja diferenciar a fibromialgia de um reumatismo psicogênico. Em certas situações, o quadro clínico do paciente é expressão de um distúrbio psiquiátrico, particularmente de depressão.
LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) são acrônimos para incorporar um grupo de distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho.
O lipedema com sintomas dolorosos pode ser semelhante, principalmente quando acomete membros inferiores e superiores. Os pontos gatilhos de dor e do lipedema são muito semelhantes.
Tratamentos possíveis
Não existe cura para a fibromialgia. Entretanto, sintomas podem ser tratados com base em tratamentos não-farmacológico ou com medicação. Muitas vezes os melhores resultados são alcançados por meio de vários tipos de tratamentos.
Terapias não-farmacológicas: Pessoas com fibromialgia devem usar tratamentos não-farmacológicos, assim como quaisquer medicamentos que os médicos sugerem. Pesquisa mostra que o tratamento mais eficaz para a fibromialgia é exercício físico. Exercício físico deve ser usado além de qualquer tratamento farmacológico. Os pacientes beneficiam-se mais dos exercícios aeróbicos regulares. Outras terapias baseadas no corpo, incluindo o Tai Chi e yoga, podem aliviar os sintomas da fibromialgia. Embora você possa estar sofrendo, exercício físico de baixo impacto não será prejudicial.
Terapia cognitiva comportamental é um tipo de terapia focada na compreensão de como pensamentos e comportamentos afetam a dor e outros sintomas. TCC e tratamentos relacionados, tais como atenção plena (Mindfulness), podem ajudar pacientes a aprender habilidades de redução de sintoma que diminui a dor. Atenção plena é uma prática de meditação não-espiritual que cultiva a consciência do momento presente. Redução do estresse baseado em atenção plena demonstrou melhorar significativamente os sintomas da fibromialgia.
Outras terapias complementares e alternativas (às vezes chamadas de TCA ou medicina integrativa), tais como acupuntura, quiropraxia e massagem terapêutica, podem ser úteis para controlar os sintomas da fibromialgia. Muitos destes tratamentos, no entanto, não foram bem testados em pacientes com fibromialgia.
É importante notar fatores de risco e gatilhos para a fibromialgia, incluindo distúrbios do sono, como apneia do sono e problemas de humor, tais como stress, ansiedade, transtorno do pânico e depressão. Isso pode exigir o envolvimento de outros especialistas tais como um doutor em medicina do sono, psiquiatra e terapeuta.
Medicamentos: O FDA aprovou três medicamentos para o tratamento da fibromialgia. Eles incluem dois medicamentos que mudam algumas das químicas cerebrais (serotonina e noradrenalina) que ajudam a controlar os níveis de dor: duloxetina (Cymbalta) e milnacipran (Savella). Medicamentos mais antigos que afetam esses mesmos produtos químicos cerebrais também podem ser utilizados para tratar a fibromialgia. Estes incluem a amitriptilina (Elavil) e ciclobenzaprina (Flexeril). Outras remédios antidepressivos podem ser úteis em alguns pacientes. Efeitos colaterais variam de acordo com o remédio. Pergunte ao seu médico sobre os riscos e benefícios de sua medicação.
A outras drogas aprovadas para fibromialgia é a pregabalina (Lyrica). Pregabalina e outra droga, gabapentina (Neurontin), trabalham bloqueando a atividade das células nervosas envolvidas na transmissão da dor. Estes medicamentos podem causar tonturas, sonolência, inchaço e ganho de peso.
É altamente recomendável evitar medicamentos opioides entorpecentes no tratamento da fibromialgia. A razão para isto é que a evidência da pesquisa mostra que essas drogas não são úteis para a maioria das pessoas com fibromialgia e irão causar maior sensibilidade a dor ou fazer a dor persistir. Tramadol (Ultram) pode ser usado para tratar a dor da fibromialgia se houver necessidade de uso a curto prazo de um narcótico de opioide. Medicamentos sem receita como o paracetamol (Tylenol) ou antiinflamatórios não esteroidais (comumente chamado de AINEs) como o ibuprofeno (Advil, Motrin) ou o naproxeno (Aleve, Anaprox) não são eficazes para dor da fibromialgia. No entanto, esses remédios podem ser úteis para tratar os gatilhos da dor da fibromialgia. Sendo assim, eles são mais úteis em pessoas que têm outras causas para a dor como a artrite, além de fibromialgia.
Para problemas com sono, alguns dos medicamentos que tratam a dor também melhoram o sono. Estes incluem ciclobenzaprina (Flexeril), amitriptilina (Elavil), gabapentina (Neurontin) ou pregabalina (Lyrica). Não se recomenda que os pacientes com fibromialgia tomem medicamentos para dormir como zolpidem (Ambien) ou medicamentos benzodiazepínicos.
Sempre procure seu médico para indicar o melhor tratamento. Não faça auto medicação.
Evolução Natural
Viver com fibromialgia
Mesmo com muitas opções de tratamento, o autocuidado do paciente é vital para melhorar os sintomas e o funcionamento diário. Em conjunto com o tratamento médico, comportamentos de um estilo de vida saudável podem reduzir a dor, aumentar a qualidade do sono, diminuir a fadiga e ajudar você a lidar melhor com a fibromialgia. Com o tratamento adequado e o autocuidado você pode ficar melhor e viver uma vida mais normal. Aqui estão algumas dicas de autocuidado para viver com fibromialgia:
- Arranje tempo para relaxar diariamente. Exercícios de respiração profunda e meditação ajudará a reduzir o estresse que os sintomas podem trazer.
- Defina um padrão de sono regular. Vá para a cama e acorde todo dia no mesmo horário. Dormir o suficiente permite que seu corpo se repare fisicamente e mentalmente. Além disso, evite dormir durante o dia e limite a ingestão de cafeína, que pode interromper o sono. A nicotina é um estimulante, então os pacientes de fibromialgia com problemas de sono devem parar de fumar.
- Se exercite frequentemente. Esta é uma parte muito importante do tratamento da fibromialgia. Embora difícil a princípio, exercício regular muitas vezes reduz os sintomas de dor e fadiga. Os pacientes devem seguir o ditado, “começar de leve, ir de boa”. Lentamente adicione ginástica diária em sua rotina. Por exemplo, escolha as escadas em vez do elevador ou estacione ainda mais longe da loja. Com os sintomas diminuindo com o tratamentos com remédios, comece a aumentar sua atividade. Adicione algumas caminhadas, natação, hidroginástica e/ou exercícios de alongamento e comece a fazer coisas que você parou de fazer por causa de sua dor e dos outros sintomas. Leva tempo para criar uma rotina confortável. Mas continue se movendo, mantenha-se ativo e não desista!
- Eduque-se. Organizações reconhecidas como a ABRAFIBRO ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS FIBROMIÁLGICOS são grandes fontes para obter informações. Compartilhe essas informações com familiares, amigos e colegas de trabalho.
- Olhe para a frente, não para trás. Foque no que você precisa fazer para melhorar, não o que causou a doença.
O papel do reumatologista e do cirurgião vascular
Fibromialgia não é uma forma de artrite (doença de articulação). Não causa inflamação ou danos para as articulações, músculos ou outros tecidos. No entanto, pela fibromialgia poder causar cansaço semelhante à artrite e dor crônica, algumas pessoas podem aconselhá-lo a ver um reumatologista. Outras pessoas buscam o cirurgião vascular pelas queixas dolorosas. Como resultado, muitas vezes um reumatologista detecta essa doença (e exclui as doenças reumáticas) e o vascular exclui as doenças vasculares. Para cuidados a longo prazo, você não precisa continuar com o reumatologista ou cirurgião vascular. Seu especialista de atenção primária, o clínico geral, pode fornecer todos os cuidados e tratamento que você precisa para fibromialgia.
Fonte: Colégio Americano de Reumatologia, 2010