Você sabia que suor excessivo pode ser um sintoma de uma doença chamada hiperidrose? Essa condição pode afetar diversas regiões do corpo, como axilas, mãos, pés e rosto, e pode ser embaraçosa, desconfortável e até mesmo incapacitante. Felizmente, existem diversos tratamentos disponíveis, incluindo opções não medicamentosas e medicamentosas, além de procedimentos cirúrgicos para casos mais graves. Conheça mais sobre a hiperidrose e as opções de tratamento nesse artigo.
Sumário
Neste vídeo, o Dr. Alexandre Amato, cirurgião vascular, fala sobre a hiperidrose, uma condição caracterizada pelo suor excessivo nas mãos, axilas e pés que pode afetar a qualidade de vida dos pacientes. Ele destaca a importância de buscar um diagnóstico correto com um profissional especializado, já que a hiperidrose pode ter diversas causas e tratamentos. O médico também enfatiza a necessidade de um tratamento multiprofissional, que pode envolver dermatologistas, cirurgiões torácicos, cirurgiões vasculares, endocrinologistas e psiquiatras, dependendo do caso. Ele recomenda que se comece pelo tratamento menos invasivo e progressivamente avançar para opções mais agressivas, sempre acompanhado de perto por um profissional de confiança.
Olá, sou doutor Alexandre Amato, cirurgião vascular do Instituto Amato, e hoje vou falar sobre a hiperidrose. A hiperidrose é o suor excessivo, o suor excessivo nas mãos, nas axilas, nos pés. O suor é normal todo mundo sua, mas quando de uma forma exagerada pode acarretar incômodo. Então pessoas que têm dificuldade até de escrever no papel, borra muito fácil, tem receio de cumprimentar outras pessoas ou ficam em situações sociais desagradáveis. Nesse caso a hiperidrose deixa de ser um suor normal e passa a ser uma doença. A hiperidrose pode ocorrer desde por fatores emocionais: ansiedade, até por uma doença. Então, obviamente isso tem que ser avaliado pelo profissional. Qual que é o especialista em tratar a hiperidrose? É uma doença curiosa porque como tem vários tratamentos diferentes, vários especialistas podem ajudar. Então o dermatologista é uma especialidade que pode ajudar com um dos tratamentos associado ao botox. O cirurgião torácico é outro especialista juntamente com o cirurgião vascular, com o tratamento cirúrgico com a secção do nervo que causa a hiperidrose. E o endocrinologista também pode ajudar. Então é uma doença de atuação multiprofissional. Isso às vezes atrapalha um pouquinho porque, não há um especialista que faça todos os tratamentos e às vezes acaba havendo muita dúvida de qual o melhor tratamento para seguir. Eu costumo pensar da seguinte maneira: os tratamentos mais invasivos, cirúrgicos eles devem ser colocados em última opção e inicialmente deve-se tentar o tratamento clínico. Existe medicação: tenta com a medicação, tem várias medicações diferentes de classes diferentes. Então a gente começa por esse caminho. Depois existem os tratamentos mais invasivos, mas não necessariamente cirúrgicos, como por exemplo a infiltração de toxina botulínica e outros. E até o tratamento final que seria a secção do nervo. Muitas vezes é feito o tratamento drástico inicialmente. Pode ter uma sudorese compensatória em outros locais então estava muito preocupado com as axilas ou com as mãos. Faz o tratamento e passa a ter uma sudorese compensatória em pés por exemplo. Então existe uma fase de autoconhecimento também para descartar a possibilidade de um fator emocional muito importante. Porque é muito frequente que ocorra em mulheres, em adolescentes, em pessoas que estão numa fase da vida onde a inclusão social é muito importante, e isso acaba afetando e há uma necessidade de resolver rápido e esse resolver rápido às está resolvendo um sintoma de uma outra coisa, uma ansiedade, uma fobia e você acaba tratando o sintoma e não não trata a causa. Então, a hiperidrose tem que ser avaliada com muito cuidado. Tem que ser feito um acompanhamento prolongado. Não adianta ficar pulando de médico em médico porque cada um vai ter uma opinião diferente. Sim, porque o dermatologista tem um tratamento; o cirurgião torácico tem outro tratamento; o vascular tem outro tratamento. O endocrinologista tem outro tratamento e até se a gente for pensar nos fatores emocionais, o psiquiatra tem outro tratamento. Então, se você pular de especialidade e especialidade vai acabar ouvindo uma sequência de tratamentos diferentes. Agora, siga a minha opinião no sentido em que: não comece pelo mais invasivo. Comece sempre pelo menos invasivo e vá progredindo lentamente. Gostou do nosso vídeo? Curta! Compartilhe! Siga nosso canal e até a próxima.
Doença na qual ocorre suor excessivo, os pacientes podem transpirar muito mesmo em repouso. Existe tratamento.
O que é hiperidrose?
É uma doença na qual ocorre suor excessivo, os pacientes podem transpirar muito mesmo em repouso. A sudorese até certo ponto é uma condição normal do nosso corpo e ajuda a manter a temperatura. É normal suar quando se está calor, durante a prática de atividades físicas ou em certas situações específicas, como momentos de raiva, nervosismo ou medo. Entretanto, a sudorese excessiva ocorre mesmo sem a presença de qualquer desses fatores. Isso ocorre porque as glândulas sudoríparas (de suor) dos pacientes são hiperfuncionantes.
A hiperidrose pode decorrer de diferentes causas, como fatores emocionais, hereditários ou doenças. Diferentes regiões do corpo podem ser acometidas: axilas, palmas das mãos, rosto, cabeça, plantas dos pés e virilhas. Quando há transpiração extrema, esta pode ser embaraçosa, desconfortável, indutora de ansiedade e se tornar incapacitante. Pode perturbar todos os aspectos da vida de uma pessoa, desde a escolha da carreira e atividades recreativas até relacionamentos, bem-estar emocional e autoimagem.
Quais são os sintomas?
O principal sintoma da hiperidrose é o suor excessivo, seja em todo o corpo ou em áreas localizadas, como axilas, mãos, pés ou rosto.
Quem são os especialistas resposnsáveis por tratar a hiperidrose?
É uma doença de tratamento multidisciplinar. O dermatologista atua nas alterações fisiológicas determinadas pela simpatectomia, tanto por secura da pele. O nutricionista ou nutrólogo são de extrema importância na orientação dietética, com prescrição de dieta com baixa capacidade termogênica. O endocrinologista auxilia no sobrepeso ou problemas relacionados ao metabolismo. O psicólogo ajuda no apoio psicológico e na minimização dos sintomas. O psiquiatra ou neurologista também acompanha o tratamento com antidepressivos ou drogas de efeito no sistema nervoso central quando induzida por estresse mental ou por ansiedade. O educador físico orientará e acompanhará nos exercícios físicos, contribuindo na melhora do condicionamento físico e, conseqüentemente, na qualidade de vida do paciente. O cirurgião vascular ou cirurgião torácico são responsáveis pelo tratamento cirúrgico com a simpatectomia e a simpatectomia videotoracoscópica.
Quais são os tratamentos disponíveis?
É preciso determinar a causa principal da condição, diagnosticando alguma doença ou uso de medicação. Por isso a consulta com o cirurgião vascular é muito importante. No caso de hiperidrose primária, existem alguns tratamentos disponíveis como os que seguem:
- Tratamento não medicamentoso:
- Controle do peso: Geralmente, o aumento do índice de massa corpórea (IMC) está associado à maior necessidade de transpiração. Portanto, os pacientes com HHC devem ser orientados a manter seu IMC na faixa considerada normal.Este índice é calculado pela seguinte fórmula: IMC = peso em quilogramas dividido pela altura em metros, elevada ao quadrado (kg/m2).
- Dieta não-termogênica: A dieta estimula o sistema nervoso simpático a aumentar a salivação. Esse estímulo é proveniente do paladar, olfato e até mesmo da visão. O estímulo simpático pode ter efeito sistêmico, dependendo da composição dos micronutrientes da dieta, provo- cando, em alguns casos, o aumento da sudorese corpórea. Certos alimentos têm sido reportados como ativadores do sistema nervoso simpático, levando a respostas metabólicas e endócrinas, 30-40 min após sua ingestão, e devem ser EVITADOS, tais como pimenta, alho, coentro, canela, ketchup, sal, gengibre, chocolate, café, carne de porco, vísceras, carne vermelha, leite e derivados, morango, refrigerantes a base de cola, algumas leguminosas, chás (mate, preto, verdes, camomila), etc. Com relação à composição da dieta, as proteínas são as que mais contribuem para ativar o sistema nervoso simpático, ou seja, ativam a termogênese, seguidas pelos carboidratos. Os carboidratos estimulam a síntese de insulina, levando ao aumento dos níveis de norepinefrina e, conseqüentemente, ao aumento da temperatura corpórea. As gorduras não apresentam efeito termogênico como muitos acreditam, sendo a mais neutra dos três.
- Exercícios físicos: Fazer exercícios é bom e também é eficiente no emagrecimento e redução dos índices de gordura corpórea.
- Vestuário: O vestuário, tanto social quanto do ambiente de trabalho, deverá ser readaptado às condições supor- táveis pelo paciente. Uma fina camiseta de tecido sintético (poliamida e elastano), tipo caimento seco (dry-fit) pode ajudar a melhor distribuir o suor, quando usada por debaixo da camisa. Trocas frequentes quando necessários.
- Clima: os pacientes apresentam melhora quando estão em clima frio, com baixa umidade e com boa ventilação.
- Atividades laborativas: Mudar para funções e trabalhos que possam ser exercidos em ambiente que possua climatização com ar refrigerado.
- Sono: O uso de antidepressivos pode ajudar no restabelecimento da qualidade e quantidade do sono.
- Antitranspirantes: sudorese excessiva pode ser controlada com fortes antitranspirantes (48hs ou mais).
- Tratamento medicamentoso oral: drogas anticolinérgicas ajudam a impedir a estimulação das glândulas sudoríparas, mas, embora eficazes para alguns pacientes, são pouco receitadas e às vezes pouco toleradas. Os efeitos colaterais incluem boca seca, tonturas e problemas com a micção. Os betabloqueadores ou benzodiazepínicos podem ajudar a reduzir a transpiração relacionada ao estresse.
- Toxina botulínica tipo A (Botox): toxina botulínica purificada pode ser injetada na axila, nas mãos ou nos pés para bloquear temporariamente a sudorese, sendo seu principal inconveniente a dor na aplicação.
- Simpatectomia torácica endoscópica (STE): em casos graves, que não respondem aos tratamentos clínicos, pode-se recomendar um procedimento cirúrgico executado por cirurgião tóracico ou vascular. Este procedimento desliga o sinal que avisa o corpo para suar excessivamente. Sua melhor indicação é para os casos nos quais as palmas das mãos ou plantas dos pés são acometidas. A principal complicação é começar a suar em outras áreas do corpo, o que chamamos de hiperidrose compensatória.
- Curetagem e liposucção/lipoaspiração: em alguns casos de hiperidrose axilar pode ser feita uma “raspagem”, ou mesmo uma liposucção das glândulas sudoríparas e da gordura que está abaixo da pele da axila, aliviando, desta forma, a sudorese.