Adenomiose

adenomiose - Adenomiose

Adenomiose é uma condição potencialmente subdiagnosticada, negligenciada e cuidada inadequadamente dentro da ginecologia e cuidados com a mulher.
A adenomiose é uma doença benigna do útero devido à presença de glândulas ectópicas endometriais e estroma, profundos no miométrio com hiperplasia miometrial reacional adjacente. A doença pode ser difusa ou focal (adenomioma).

Sumário

Neste vídeo, a Dra. Juliana Amato explica o que é adenomiose, uma doença uterina caracterizada pela presença de tecido endometrial na camada muscular do útero. A adenomiose pode ser focal ou difusa e geralmente afeta mulheres acima dos 30 anos, principalmente aquelas que já tiveram filhos. Os sintomas são semelhantes aos da endometriose e podem incluir dor, irregularidade menstrual, aumento do fluxo sanguíneo e da duração do ciclo menstrual. A inflamação crônica causada pela adenomiose pode estar associada à infertilidade.

As causas da adenomiose não são totalmente conhecidas, mas algumas teorias apontam para alterações hormonais, inflamação crônica e trauma uterino, como cirurgias prévias. O diagnóstico é feito com base nos sintomas clínicos, exame físico e exames de imagem, como ultrassonografia pélvica transvaginal e ressonância magnética.

O tratamento depende da gravidade da doença e pode incluir anti-inflamatórios, progesterona oral ou liberada pelo DIU hormonal, embolização das artérias uterinas e, em casos graves, histerectomia. Se você apresenta sintomas de adenomiose, é importante procurar um ginecologista para obter um diagnóstico preciso.

Olá, meu nome é Juliana Amato e hoje nós estamos aqui nesse vídeo e vamos conversar sobre um assunto que muitas mulheres tem dúvida sobre adenomiose. Afinal de contas, você sabe o que é adenomiose? A adenomiose ela é uma doença que acontece no útero e ela é caracterizada pela presença de tecido glandular endometrial dentro da camada muscular do útero. Vamos ver aqui nesse desenho que eu vou um pouquinho melhor. Aqui é ver aqui nesse desenho que eu vou um pouquinho melhor. Aqui é a representação de um útero, a gente vê que essa parte mais grossa e mais rosinha é a muscular uterina, ou seja, é a parede do útero. Dentro dessa parede do útero na parte interna, a gente tem essa camada mais vermelhinha aqui que é o nosso endométrio. O endométrio, ele é sensível às alterações hormonais de um ciclo então ele prolifera numa fase determinada do nosso ciclo menstrual se você tiver relação ocorrer fecundação e gravidez é aqui nesse endométrio proliferado que o embrião ele vai fixar e se desenvolver. Se não ocorre a fecundação nesse ciclo menstrual não ocorre a gravidez o que ocorre é que esse tecido de dentro do útero ele involui e descama essa descamação é a nossa menstruação. Então aqui a gente pode entender um pouquinho o que é adenomiose, é a presença desse tecido endometrial na musculatura aqui do útero, o que não é normal. Essa adenomiose ela pode ser focal ou difusa. Focal é quando ela fixa-se apenas em um pedacinho dessa muscular do útero e difusa é quando tem representações do endométrio espalhadas pela essa camada muscular uterina. E o que que é a adenomiose ela causa? Ela causa uns sintomas muito parecidos com a endometriose. Então quando você começa a ter esses sintomas é bom procurar um médico pra fazer um diagnóstico diferencial dessa dor? A adenomiose ela pode cursar com dor, com irregularidade menstrual às vezes ou por aumento do fluxo aumento do número de dias que fica menstruada ou por alteração de duração de ciclo, ou seja, um ciclo fica mais pertinho do outro. Além disso, em casos mais avançados, a mulher ela pode ter um sangramento tão intenso muito parecido com uma hemorragia. Esse endométrio fora do local aonde ele é proposto a ficar, ele pode causar uma inflamação crônica, então adenomiose ela pode tá associada com infertilidade por esse processo inflamatório crônico que ocorre na parede do miométrio. E quem tem adenomiose? Normalmente são mulheres acima dos trinta anos e particularmente naquelas que já tiveram filhos. E por que que a gente tem essa adenomiose? Quais são as causas de adenomiose? Na verdade elas não são muito conhecidas atualmente. Existem algumas teorias que propõe porque que ela ocorre e dentro dessas a gente pode citar algumas, como alterações hormonais, uma inflamação crônica desse tecido endometrial fazendo com que ele penetre nas camadas da muscular do útero e também a gente vê alguns casos associadas com trauma uterino e o que seria um trauma uterino? Seriam pacientes que já fizeram cirurgias uterinas prévias como retirada de mioma como cesariana e também até encuretagem. E o diagnóstico, como que ele é feito? que ele é feito? A gente baseia nos sintomas clínicos da paciente, então nos sintomas que ela vem em consulta e ela fala pra gente o que tá sentindo. Além disso, no exame fala pra gente o que tá sentindo. Além disso, no exame físico também vai falar alguma coisa a respeito pra gente. Se no toque uterino, esse útero, a gente médico, a gente percebe que esse útero ele tá um pouquinho maior do que deveria estar pra aquela mulher naquela idade e a paridade dela. Além disso, alguns exames também podem ser feitos e que vão elucidar o caso pra gente, como uma ultrassonografia pélvica transvaginal e até uma ressonância magnética que vai diferenciar se é uma denomiomiose, se é uma endometriose, se pode ser casos de miomas, então a gente tem esse arsenal de exames que podem nos ajudar a fazer um diagnóstico. Existem sinais bem específicos em cada um desses exames. E o tratamento, como que ele é feito? O tratamento ele depende muito do grau da doença. Se for uma adenomiose mais focal mais bem estabelecida num determinado local que não dá muitos sintomas aí talvez um anti-inflamatório, às vezes a gente usa até a progesterona, a gente pode usar a progesterona oral ou a progesterona liberada pelo DIU hormonal que vai fazer que esse endométrio não prolifere, diminuindo a inflamação nos ciclos menstruais e suspendendo a menstruação. E nos casos mais graves quando a mulher ela tem mais sintomatologia, mais sangramento, mais dor, pode ser indicado dois tipos de cirurgia. Para os casos mais graves mesmo com com uma adenomiose mais difusa, a histerectomia pode ser indicada, a histerectomia é aquela cirurgia de retirada do útero ou em casos em que o existe o sangramento, mas a gente consegue controlar melhor pela embolização uterina a gente indica a cirurgia de embolização das artérias uterinas. E o que é essa cirurgia de embolização? É uma cirurgia minimamente invasiva aonde a gente acessa o local pelos vasos ou da virilha ou do braço e a gente chega lá na circulação do útero, injeta microembulos que vão fechar a circulação e vão diminuir o acesso a porte de sangue praquela região diminuindo os sintomas. Então se você tem uma dor e você tá na dúvida do que possa ser, é interessante você procurar o seu ginecologista, comentar sobre os seus sintomas e fazer um diagnóstico mais preciso. 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Sintomas da adenomiose

Os sintomas, queixas e sinais clínicos não são específicos, portanto, não é fácil de fazer o diagnóstico. 

A adenomiose pode causar menorragia (sangramento fora do período menstrual) e dismenorreia (queixas dolorosas, entre as quais, as dores em cólica no baixo ventre, além de outros desconfortos extragenitais no organismo da mulher. Surge na véspera da menstruação e desaparece no final do fluxo menstrual). As pacientes geralmente são multíparas (tiveram vários filhos e gestações) em seus 40 anos, mas também podem ser mais jovens, nulíparas, apresentando infertilidade. O útero talvez esteja ampliado e macio.

Exames para adenomiose

No ambiente de pesquisa e práticas especializadas em adenomiose, a ultrassonografia transvaginal (USG transvaginal) pode alcançar precisão alta.

Na prática, acreditamos que muitas adenomias não são encontradas ou são confundidas como fibromioma uterinos.

Fibromioma estão presentes em 40% das mulheres. A adenomiose também é facilmente encontrada em amostra de histerectomia. A presença de fibromioma pode ocultar a presença de adenomiose na USG transvaginal. A ressonância magnética é mais precisa na detecção de adenomiose difusa sutil e na diferenciação de fibromiomas dos adenomiomas.

A adenomiose focal ou o adenomioma podem simular fibromioma na USG transvaginal.

Tratamentos

As ressecções abertas, laparoscópicas ou histeroscópicas podem ter sido tentadas com o diagnóstico pré-operatório errado. Diferente do fibromioma, o limite do miométrio adjacente é indistinto e, portanto, o adenomioma não pode ser enucleado. A ressecção é muitas vezes abandonada.

A excisão de uma grande parte do miométrio, que pode ser necessária para remover todas as áreas afetadas, podendo levar à dificuldade na aposição da ferida, diminuição da capacidade expansiva do útero, fraqueza e, finalmente, ruptura uterina durante a gravidez. Ablação endometrial aquece apenas uma profundidade de poucos milímetros de tecido e não é útil, exceto para o tipo de adenomiose muito superficial. Pode selar os seios endometriais e potencialmente piorar a dismenorreia. No cenário de menorragia dolorosa e um USG transvaginal aparentemente normal, é prudente excluir a adenomiose pela ressonância magnética antes de recomendar a ablação endometrial.

A laparoscopia é realizada quando a endometriose é suspeita em descobertas clínicas e de sonografia (como a presença de cistos de chocolate). A histeroscopia é indicada por suspeita de patologia endometrial e pólipos na USG transvaginal. No entanto, esses procedimentos invasivos não são indicados principalmente para o diagnóstico de adenomiose. Não existe um exame de sangue específico para a adenomiose. CA-125 pode estar alto, mas isso não é nem sensível, nem específico.

A adenomiose é muitas vezes negligenciada devido à falta de tratamentos específicos, mas trabalhos recentes mostram melhora com a embolização da artéria uterina. A embolização da artéria uterina é o mesmo procedimento realizado na embolização dos miomas.

Os tratamentos clínicos têm se concentrado no alívio sintomático da menorragia e da dismenorréia. AINE e ácido tranexâmico são usados para tratar a menorragia. O progestrogênio oral pode ter sido testado, mas pode não ser tolerado devido a efeitos colaterais como dor de cabeça, náuseas, sensação de inchaço e mudanças de humor. Os anticoncepcionais orais combinados em baixa dose e contínua com pausa para menstruação a cada 4-6 meses podem ser usados para o controle de sintomas. O DIU liberador de progestrogênio (Mirena) possui taxa de satisfação da paciente de 56% em 1 ano, 66% em 2 anos e 73% em 3 anos. Pode não ser imediatamente efetivo. Os efeitos colaterais são manchas irregulares ou sangramento contínuo nos primeiros meses, acne, ganho de peso, sensação de inchaço e mudanças de humor. O agonista do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) pode ser usado apenas a curto prazo, devido aos efeitos colaterais do estado hipoestrogênio, tais como afrontamentos, mudanças de humor e osteoporose.

No passado, a histerectomia era o único tratamento definitivo para a adenomiose. Desde 1995, a embolização da artéria uterina (EAU) tem sido usada para tratar fibromiomas sintomáticos. Sua segurança e eficácia foram bem estabelecidas, incluindo 6 estudos randomizados controlados, demonstrando nenhuma diferença no resultado da qualidade de vida comparando com a histerectomia. Mas o que se tem visto é que o mesmo procedimento foi útil no tratamento de pacientes com adenomiose. Há 96% de sucesso no controle da menorragia e 93% da taxa geral de satisfação da paciente. Os dados dos Emirados Árabes Unidos sobre adenomiose também estão disponíveis de 511 mulheres de 15 estudos (1999 – 2010). Para a adenomiose pura, o alívio foi alcançado em 83% a curto prazo e 65% a longo prazo. Para a adenomiose e fibromiomas combinados, o alívio foi alcançado em 93% a curto prazo e 82% a longo prazo.

A taxa de histerectomia é de cerca de 13%, sugerindo que 87% das mulheres podem ser poupadas de histerectomia. Não houve mortes ou eventos adversos graves relatados. Efeitos secundários mínimos, vantagens do custo-benefício e retenção de fertilidade tornam os Emirados Árabes Unidos uma opção de tratamento atraente.

Conclusões

A adenomiose pode ser uma condição debilitante que afeta significativamente a qualidade de vida das mulheres. Menorragia grave e dismenorreia devem levantar suspeita para que a USG transvaginal seja examinada. Presença de fibromiomas pode potencialmente mascarar a presença de adenomiose. A ressonância magnética em casos selecionados talvez seja necessária para confirmar o diagnóstico. Quando tentativas com medidas simples falharem, a embolização da artéria uterina é uma alternativa segura, eficaz e muito menos invasiva do que a histerectomia.

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