A cirurgia de lipedema, um procedimento focado no tratamento dessa condição crônica que afeta principalmente mulheres, pode ser uma opção para aliviar tanto os sintomas físicos quanto os estéticos associados ao lipedema. Esta condição é frequentemente mal interpretada como mero ganho de peso, mas difere significativamente do acúmulo comum de gordura. Vamos explorar mais sobre o lipedema, seus sintomas, diagnóstico e tratamentos disponíveis.
Sumário
No vídeo, o Dr. Alexandre Amato, um cirurgião vascular, aborda questões sobre a necessidade de operações para pacientes com Lipedema. Ele ressalta que, embora a lipoaspiração seja um tratamento padrão, ela não cura a causa genética da condição e os resultados podem variar entre os pacientes, com mais velhos ou em estágios mais avançados, geralmente vendo meno benefícios da cirurgia. O Lipedema é dividido em quatro estágios, começando com pouca acumulação de gordura e sintomas leves e terminando com linfedema associado e significativos danos linfáticos. O tratamento, seja cirúrgico ou clínico, deve ter como objetivo principal prevenir a perda de mobilidade, reduzir os sintomas e melhorar a aparência estética. Dr. Amato enfatiza que cada plano de tratamento deve ser personalizado de acordo com as necessidades individuais do paciente, podendo, por vezes, o tratamento clínico ser suficiente sem a necessidade de cirurgia.
Olá, sou Doutor Alexandre Amato, cirurgião vascular do Instituto Amato. Vou responder uma pergunta que é importante para quem tem Lipedema: “Todo lipedema precisa ser operado? É realmente necessário fazer a lipoaspiração em todo o paciente que tem problema?”
Veja, a lipoaspiração está na literatura como o padrão-ouro no tratamento do linfedema, mas não é a bala de prata, não vai tratar a genética, nem a causa. Tem um limite do quanto pode ser feito e alguns pacientes vão melhorar mais e outros menos.
Então, o que a gente sabe é que fases mais avançadas, pacientes com mais idade, normalmente a cirurgia tem um benefício menor. Então, a gente tem que considerar vários fatores antes de indicar uma cirurgia. Obviamente, a vontade do paciente tem que ser levada em consideração, e aí deve ser sincronizada com o que o médico pode e deve oferecer.
Veja, a gente divide o lipedema em quatro estágios:
O Estágio 1 tem pouca deposição de gordura, mas normalmente é o paciente que apresenta muitos sintomas. Já o Estágio 4 é o final da doença, onde já tem o linfedema associado. Apesar do que, recentemente, saiu um trabalho que mostra que o lipedema já começa desde o início com o dano linfático. Então, é um problema no sistema linfático levando à deposição de gordura.
Quando a gente pega um paciente muito sintomático no estágio inicial, às vezes, a gente consegue controlar tudo com o tratamento clínico, sem a necessidade do tratamento cirúrgico. Se pega um paciente no estado final, às vezes, o tratamento cirúrgico é o que mais vai poder ajudar, mas talvez não ajude tanto assim, e isso tem que ser levado em consideração.
O ponto principal é: quando a gente opera ou trata um lipedema, o primeiro objetivo é evitar a perda da mobilidade. Então, se eu tenho a oportunidade de fazer uma cirurgia hoje, eu tenho que estar preocupado com o que vai acontecer com o paciente lá na frente, daqui a 20 e 30 anos. Será que eu poderia perder a mobilidade por causa do lipedema?
Então, a cirurgia nesse momento tem que ajudar a evitar esse ponto.
O segundo ponto é diminuir sintomas, então a gente tem que tratar os sintomas e melhorar sintomaticamente o paciente: menos dor, menos hematoma, menos incômodo, tudo isso tem que ser levado em consideração.
E o terceiro ponto é a estética. Óbvio que tem que melhorar a aparência das pernas, mas muitas vezes os pacientes buscam invertido tudo isso. Ele não tem a consciência de que ir lá na frente, pode perder a mobilidade. Então, ele coloca em primeiro lugar a estética como mais importante, e isso pode inviabilizar um tratamento adequado.
Então, o médico precisa pensar no futuro da doença, na evolução natural dessa doença, e se ele tiver uma oportunidade só de fazer uma cirurgia, vai ter que evitar a perda de mobilidade e diminuir os sintomas.
Agora, nem sempre a gente precisa da cirurgia para fazer isso. Dependendo da distribuição das áreas mais acometidas e da quantidade de gordura, muitas vezes a gente consegue fazer o tratamento clinicamente.
Por isso, é necessário fazer a investigação e o acompanhamento com um médico especializado no assunto. Gostou do nosso vídeo? Assine nosso canal, clique ali embaixo na notificação e compartilhe com as suas amigas. Até a próxima! [Música] E aí e aí?
O que é Lipedema?
Lipedema é uma condição médica crônica, predominantemente feminina, caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura nas pernas, coxas, nádegas e, ocasionalmente, nos braços. Acredita-se que fatores genéticos e hormonais estejam envolvidos. Os sintomas típicos incluem:
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- Acúmulo de gordura nos membros inferiores;
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- Nódulos gordurosos;
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- Dificuldade de locomoção;
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- Hipersensibilidade na região afetada;
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- Dor crônica;
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- Suscetibilidade a hematomas;
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- Diminuição da elasticidade da pele.
Diagnóstico do Lipedema
O diagnóstico precoce é crucial para o tratamento eficaz do lipedema. Embora não exista um teste específico, um exame físico e a análise do histórico clínico do paciente são fundamentais. O especialista diferenciará o lipedema de outras condições, como obesidade ou linfedema, por meio da observação de nódulos característicos e outros sintomas.
Tratamento do Lipedema
Não há cura definitiva para o lipedema, mas várias abordagens podem ajudar a gerenciar os sintomas:
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- Mudanças no estilo de vida, incluindo atividade física e dieta anti-inflamatória;
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- Drenagem linfática regular por profissionais qualificados;
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- Uso de meias de compressão e medicamentos, conforme necessário.
Quando a Cirurgia é Necessária?
A cirurgia de lipedema pode ser considerada quando métodos conservadores não oferecem alívio satisfatório. Os tipos de cirurgia incluem:
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- Lipoaspiração: para remover o excesso de tecido gorduroso;
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- Lipoescultura: para remodelar áreas afetadas.
Estas cirurgias podem ser realizadas individualmente ou em combinação, dependendo das necessidades do paciente e da avaliação de uma equipe multidisciplinar. O objetivo é reduzir o volume de gordura, melhorar a aparência física e aliviar os sintomas relacionados ao lipedema.
Importância da Continuação do Tratamento Pós-Cirurgia
Após a cirurgia, é essencial manter um estilo de vida saudável para prevenir o acúmulo de gordura nas áreas tratadas.
Buscando Ajuda Médica
Se você suspeita que tem lipedema, é vital consultar um médico vascular para um diagnóstico correto e orientação sobre o tratamento mais adequado. Não hesite em buscar ajuda médica para melhorar sua qualidade de vida e autoestima.