As artérias carótidas são vasos calibrosos localizados em ambos os lados do pescoço, responsáveis por levar sangue rico em oxigênio para a cabeça e, principalmente, para o cérebro humano. Quando estes vasos encontram-se doentes, eles podem privar o cérebro deste suprimento ao enviar êmbolos de gordura e cálcio que se formam na parede dos vasos por um processo chamado aterosclerose, levando ao conhecido “derrame” e outras doenças similares – cientificamente conhecido como acidente vascular encefálico isquêmico, ataque isquêmico transitório, entre outros.
Assim, a cirurgia de carótidas tem importante função em prevenir eventos pela primeira vez, ou evitar com que aconteçam novamente, promovendo uma chamada revascularização, ou seja, restaurando o fluxo de sangue normal de sangue novamente ao cérebro.
A cirurgia mais utilizada é a endarterectomia carotídea que através de uma abertura no pescoço, visa chegar às carótidas, acessando diretamente ao local do depósito de gordura dentro do vaso. Para preservar o fluxo ao cérebro no momento em que se retira os depósitos gordurosos, utiliza-se uma cânula que faz uma ponte para a região distante do local manipulado. Depois de retirada os depósitos, o vaso é fechado com ou sem o uso de materiais sintéticos que servem para remodelar e garantir o bom fluxo sanguíneo.
A avaliação médica com a conversa com o paciente, o exame físico e exames complementares são fundamentais para o diagnóstico. Já a indicação para cirurgia deve ser feita pelo médico cirurgião vascular e endovascular, que leva em conta a presença de sintomas e de eventos encefálicos prévios como o derrame e o grau de obstrução das artérias carótidas.
Os sintomas de obstrução são perda da visão, perda de força ou sensibilidade, dificuldade em articular palavras, entre outras. Elas podem ser momentâneas ou podem ser irreversíveis, caracterizando o derrame. Para quem já apresentou estes sintomas, e há obstrução maior que 50%, a cirurgia previne novos eventos e é portanto, bem indicada. Nos que não apresentam sintomas, quando a obstrução encontra-se maior que 80% há também indicação para correção com objetivo de evitar eventos novos.
É importante lembrar que cada pessoa possui características muito distintas, e que para cada um individualmente, o médico irá pesar os riscos versus os benefícios, discutindo as possibilidades mais adequadas em conjunto com o paciente e a família.