Saartjie Baartman: Impacto de uma doença desconhecida

Imagem de Saartjie Baartman, também conhecida como Vênus Hotentote, vestindo trajes tradicionais e mangas compridas. A ilustração é relevante para o post "Saartjie Baartman: Impacto de uma doença desconhecida", que aborda a história e o impacto da doença que afetou a vida da mulher africana.

Artigo meu publicado sobre O Lipedema e a história de Saartjie (Sarah) Baartman. Escrevi esse artigo para mostrar o impacto do Lipedema na vida da mulher no passado. Luto para mudar isso no presente.

Saartjie Baartman, também conhecida como “Vênus Hotentote”, nasceu em 1789 em uma aldeia próxima a cidade de Gamtoos River, na África do Sul. Ela pertencia à tribo Khoikhoi, também conhecida como hottentot, e trabalhava como empregada doméstica em uma fazenda.

Em 1810, Saartjie foi levada à Europa por um explorador e exibida em shows de espetáculos como uma atração exótica devido às características físicas de seu corpo, consideradas incomuns para o público europeu da época. Ela tinha nádegas e coxas grandes, um abdômen expandido e os lábios vaginais proeminentes, supostamente características da sua tribo.

Saartjie foi exibida em Londres e Paris e tornou-se uma figura muito popular, atraindo a atenção da elite social e científica. Ela foi exibida em uma jaula, como se fosse um animal selvagem, e também foi explorada sexualmente. Saartjie foi forçada a se exibir nua em frente ao público e foi submetida a exames médicos humilhantes para provar que sua anatomia era diferente da dos europeus.

Saartjie se tornou uma vítima do racismo e da exploração sexual, e sua condição como uma mulher negra de uma tribo “exótica” foi usada para justificar seu tratamento cruel e desumano. Ela morreu em 1815, aos 26 anos, de uma doença desconhecida.

Seu corpo foi dissecado e seu esqueleto, órgãos genitais e cérebro foram preservados e expostos em museus na Europa por mais de um século. Em 2002, depois de décadas de campanhas de ativistas anti-racistas, os restos mortais de Saartjie foram finalmente devolvidos à África do Sul e enterrados em sua terra natal em 2002, em uma cerimônia de estado.

A história de Saartjie Baartman é considerada um exemplo de como o racismo e o sexismo são usados para justificar a exploração e a desumanização de pessoas de outras culturas e origens étnicas, e é lembrada como um símbolo da luta contra a opressão.

Folha Vascular 243 by Alexandre Amato

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