Erisipela e celulite, embora frequentemente confundidas, são duas distintas infecções bacterianas da pele que demandam compreensão e abordagens específicas de tratamento. Este artigo se propõe a desvendar os mistérios por trás dessas condições, ilustrando suas diferenças fundamentais, causas, sintomas, e estratégias de diagnóstico e tratamento. Enquanto a erisipela afeta as camadas superficiais da pele, a celulite estende-se às camadas mais profundas e à camada de gordura subjacente, cada uma com suas peculiaridades e desafios terapêuticos. Com um olhar atento aos fatores de risco, desde cortes e micoses até problemas circulatórios e excesso de peso, este artigo visa equipar o leitor com o conhecimento necessário para identificar, tratar e, o mais importante, prevenir estas infecções de pele que podem afetar significativamente a qualidade de vida dos indivíduos.
Sumário
No vídeo, o Dr. Alexandre Amato, cirurgião vascular do Instituto Amato, discute a doença conhecida como erisipela, também referida como celulite infecciosa. Ele explica que essa condição é causada por bactérias, especialmente o Streptococcus pyogenes do grupo beta hemolítico. A erisipela manifesta-se como uma vermelhidão intensa no local infectado, geralmente nas pernas, e vem acompanhada por febre, mal-estar e, potencialmente, bolhas. A evolução da doença é rápida e é preciso buscar ajuda médica imediatamente para iniciar o tratamento com antibióticos. Além disso, o médico ressalta a importância da higiene adequada, especialmente dos pés, para evitar a entrada de bactérias e a subsequente infecção. Em casos graves, a erisipela pode levar a uma inflamação e infecção do sistema linfático, chamada de linfangite. Além disso, quem já teve erisipela tem uma tendência maior a ter novos eventos.
Olá! Sou o Dr. Alexandre Amato, cirurgião vascular do Instituto Amato. E hoje eu vou falar sobre a erisipela. O que a gente pode chamar também de celulite infecciosa, que é uma situação muito grave que a gente precisa tratar, é a celulite infecciosa, erisipela. Ela são quase a mesma coisa, a celulite infecciosa, ela pode ser causada por qualquer bactéria. Enquanto a erisipela ela vai acontecer por um grupo específico de bactérias, que é o Streptococcus pyogenes do grupo beta hemolítico. Então, quando a gente tem uma celulite infecciosa, ela pode acontecer por várias bactérias. Mas quando a gente tem especificamente por essa bactéria, a gente vai chamar, então, essa celulite infecciosa de erisipela. Então a gente está falando de quase a mesma coisa, mas essa celulite infecciosa, ela é completamente diferente daquela celulite estética. Que seria a lipodistrofia ginoide, que está extremamente relacionada com o lipedema. Então essa celulite estética é mais uma inflamação, é uma retração inflamatória. Essa lipodistrofia, aí você pode ver nos meus vídeos sobre o lipedema que eu falo bastante da celulite estética. Agora a gente está falando dessa celulite infecciosa, então, que tem um agente causador, um agente infeccioso. E esse agente infeccioso, ele vai agir na pele no subcutâneo, normalmente de pernas, causando então um grande vermelhão no local. Esse vermelhão normalmente vem associado a uma febre, uma febre alta, um mal estar, uma sensação de doença. Em alguns casos, pode formar bolhas. Então pode vir com uma dor, como uma náusea, na região do vermelhão. Tudo isso por causa de uma inflamação naquela região, uma inflamação aguda, uma inflamação muito intensa. Normalmente, a evolução dessa doença é muito rápida. É uma doença que pode começar de manhã de uma forma mais leve, e à noite já está numa situação bem críticica. Essas áreas avermelhadas são mais quentes, então tem esse aumento de temperatura local, e aumento da temperatura sistêmica. Então vai ter uma febre também. E tudo isso levando também a um a um inchaço, um membro que está afetado, muitas vezes pode ser um membro só. Vai ter tudo isso que eu falei mais esse inchaço, dor, vermelhidão de uma forma intensa. Normalmente, a erisipela tem que ter uma porta de entrada, então o que é uma porta de entrada? É alguma lesão, alguma quebra da barreira de proteção nossa que é a pele e que vai deixar essa bactéria entrar. Então, o que pode ser? Pode ser desde de uma fissura, de uma rachadura num pé muito ressecado, muito frequentemente é uma micose não tratada. Então aquela micose interdigital, aquele pé de atleta, tudo isso pode a porta de entrada para essa bactéria, mas pode ser uma coceira, por exemplo. Então, se você foi lá e recebeu uma picada de um inseto, começou a coçar ou teve uma alergia, começou a coçar a sua unha, pode fazer microlesões, microfissuras na pele e acaba colocando, injectando ali, inoculando, aquela bactéria que aí ela vai se proliferar naquela região. A erisipela é muito importante porque se ela não é tratada, a evolução pode ser catastrófica. Até antes da descoberta dos antibióticos, a erisipela era uma grande causa de morte no passado. Então, depois que a gente descobriu o antibiótico, ficou uma doença controlada. Mas a gente tem que diagnosticar e tem que tratar. Agora a erisipela, ela vai causar uma inflamação muito importante do sistema linfático e isso se chama linfangite. Essa inflamação do sistema linfático também é uma infecção do sistema linfático vai diminuir o retorno, o funcionamento do sistema linfático e danificar esses vasos. De forma que quem teve uma erisipela acaba tendo uma propensão a ter novos eventos, a cada erisipela que você tem, aumenta sua chance de ter uma próxima erisipela. Então tem que ficar muito atento com isso, tem que ter muito cuidado os locais, cuidar muito bem da região, dos pés, principalmente higiene. Às vezes, eu falo tem que ter higiene dos pés, a pessoa fala mas é óbvio que eu trato dos meus pés e cuido, higiene eu tenho. Mas a questão é que muitas vezes quem tem uma erisipela, pode ter diabetes, diabete, e uma doença onde ela pode proliferar muito rápido e virar uma doença gravíssima velozmente. Mas a diabetes pode também dificultar a visão. Então, por mais que você tenha higiene dos pés, talvez você não esteja vendo muito bem. E quem tem diabetes também tem uma diminuição da sensibilidade dos pés. Então, não vai sentir uma pequena lesão que pode ser uma porta de entrada. Então, a gente tem que ficar muito atento a isso, a higiene, então o que tem que ser feito? Manter seco na região entre os dedos, como pode ser feito isso? Fazer com uma toalha de papel, pode ser com um secador de cabelo, uma toalha, uma toalha limpa e seca. Imagina se você está lá secando os pés todos os dias com a mesma toalha e não lava a toalha, você está simplesmente pegando a bactéria em um dia e colocando ela de volta no outro. Então, a gente tem que usar um lencinho para secar essa região, e não deixar proliferar uma micose. Agora, se já tem uma micose, tem que tratar. Sugiro passar no médico e tomar medicamento se for necessário passar um creme, uma pomada tem vários tratamentos para micose hoje em dia. Usar calçado aberto, calçado aberto vai deixar ventilar, não vai deixar acontecer essas micoses. Mesma coisa com o uso de meias, o uso de meias de algodão diminuem a formação de pé de atleta. Tomar cuidado com calos, com rachaduras e não ficar tirando cutícula à toa. Isso aí é simplesmente correr o risco de acabar infectando ou abrindo uma ferida para a bactéria se aproveitar e entrar por ali. Então, se você tem a suspeita de uma erisipela, então procure atendimento médico rápido. Normalmente, você vai conseguir isso num pronto socorro. Muito frequentemente, quem lida com isso vai ser o dermatologista ou o cirurgião vascular. Mas se você for marcar uma consulta para passar sobre isso alguns dias depois, talvez já seja tarde demais. É melhor começar o tratamento antes e o pronto socorro é o melhor lugar para fazer isso. Lá você faz o diagnóstico da erisipela, mas também vai fazer o diagnóstico diferencial de outras doenças. Então, o que pode mimetizar, fingir que é uma erisipela e não ser? Então, por exemplo, uma alergia ao contato, uma situação chamada de erisipeloide que mimetiza a erisipela. Até mesmo alguns angioedemas podem mimetizar uma erisipela, mas assim, afastando esse diagnóstico, a gente tem que iniciar o tratamento da erisipela o mais rápido possível. E identificar duas coisas ou se é uma forma grave de erisipela, e que vai precisar ficar internado, vai precisar tomar mais antibiótico e ficar sob as vistas do médico, sendo controlado, observado ou uma situação gravíssima, como uma fasceíte necrosante, que seria aquela bactéria comedora de carne humana. Parece um nome meio midiático, mas a fasceíte necrosante, ela realmente é catastrófica e a gente precisa tratar rápido. A evolução ocorre em poucas horas. Lembrando que a erisipela pode acometer outros lugares, embora seja mais frequente em membros inferiores, ela pode ocorrer no rosto também Então, ficar com vermelhidão, com febre, dor, aumento de temperatura nessa região, essa é uma região bem crítica também, a evolução é mais rápida, muitas vezes mais grave. Então, procurar o hospital e o médico rápido. E o tratamento, como eu já mencionei, vai precisar do antibiótico, não tem jeito. Se a gente voltar na era pré antibiótico, a evolução era catastrófica. Uma ou outro poderia se safar da evolução da erisipela, mas a grande maioria acabava sucumbindo. Então tem que usar o antibiótico, não tem jeito. Não vamos brigar contra a natureza. Agora, o que mais a gente pode fazer? Hidratação, tomar muito líquido, seja via oral, seja na veia, tem que tomar bastante água. Isso é importantíssimo! Eu já falei aqui nos meus vídeos a importância da água. Isso é essencial quando a gente está lutando contra uma infecção e os cuidados locais, a limpeza, às vezes, tem que fazer um desbridamento ou, às vezes, tem que fazer curativo. Mas tudo isso vai ser indicado pelo médico dependendo de cada caso. Gostou do nosso vídeo? Inscreva-se no nosso canal, compartilhe com seus amigos e até o próximo! E fica um pouquinho que eu vou colocar o próximo vídeo que você vai assistir e que é importantíssimo para você!
Erisipela e celulite são infecções bacterianas da pele que, apesar de compartilharem alguns sintomas, diferem na profundidade da infecção. Este artigo visa esclarecer as diferenças, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção dessas duas condições.
O que são Erisipela e Celulite?
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- Erisipela: Uma infecção que afeta as camadas superficiais da pele.
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- Celulite: Uma infecção que atinge as camadas mais profundas da pele e a camada de gordura. (Aqui não estamos falando da celulite estética, que está mais relacionada ao Lipedema, e sim da celulite infecciosa)
Ambas são causadas pela invasão de bactérias na pele, frequentemente através de cortes ou feridas.
Fatores de Risco
Os fatores que aumentam o risco de desenvolver erisipela ou celulite incluem:
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- Cortes nos pés.
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- Feridas na perna ou pé.
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- Micoses entre os dedos.
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- Inchaço na perna.
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- Excesso de peso.
Sintomas
Tanto a erisipela quanto a celulite causam dor, vermelhidão, inchaço e calor na área afetada. Febre e calafrios também são comuns. Embora mais frequentes nas pernas, podem ocorrer em braços, abdômen e rosto.
Diagnóstico
Geralmente, o diagnóstico é feito clinicamente pelo médico. Em alguns casos, podem ser necessários exames de sangue ou biópsias da pele para identificar a bactéria causadora.
Tratamento
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- Antibióticos: São a base do tratamento, administrados oralmente ou por injeção nos casos leves, e por via intravenosa nos casos graves.
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- Cuidados Complementares: Elevar as pernas e manter a área infectada limpa e seca pode acelerar a recuperação.
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- Cirurgia: Em casos raros, pode ser necessária intervenção cirúrgica.
Sinais de Alerta
É importante buscar atendimento médico se:
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- Não houver melhora após três dias de tratamento.
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- A área infectada aumentar de tamanho, inchar ou doer mais.
Prevenção
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- Cuidados com Feridas: Lavar cortes com água e sabão.
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- Tratamento de Micoses: Consultar um médico para tratamento adequado.
Erisipela e celulite são condições sérias que requerem atenção e tratamento adequados. Compreender os sinais e sintomas é fundamental para buscar atendimento médico a tempo e evitar complicações. Adotar medidas preventivas e seguir as orientações médicas são essenciais para a recuperação e prevenção dessas infecções.