Estatinas fazem mal à saúde?
Graças a listas de e-mails e sites que dizem que medicamentos de estatina são nocivos ou desnecessários, muitos pacientes não sabem se devem ou não tomá-los.
É uma pena, porque a medicação não só ajuda a prevenir ataques cardíacos e derrames, como também reduz a chance de desenvolver doença arterial periférica, ou DAOP, em que as artérias nos pés e pernas se tornam tão estreitas que os tecidos não recebem oxigênio suficiente.
Como a DAOP/aterosclerose é doença frequente, é sempre um bom momento para esclarecer a importância das estatinas para pacientes DAP. Cerca de oito a 12 milhões de americanos têm a doença.
A noção de que as estatinas são perigosas ou excessivamente prescritas já existe há vários anos. Ela precisa ser desmascarada, de acordo com cirurgiões vasculares, que tratam de doenças do aparelho circulatório, muitas vezes com medicação e, por vezes, com cirurgia. Seus pacientes estão vivos e mandando ver – literalmente – por causa das estatinas. Desde quando a classe da droga foi desenvolvida, há várias décadas atrás, medicamentos derivados de estatina provavelmente salvaram ou melhoraram a qualidade de milhões de vidas.
Estatinas ajudam a ter níveis mais baixos de colesterol no sangue, que é um tipo de gordura cerosa que o corpo absorve conforme se decompõe o alimento que você come. Elas vem em duas formas, lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e lipoproteínas de alta densidade (HDL). Enquanto precisamos de ambas, LDL, que é também conhecida como “colesterol ruim”, pode causar um acúmulo de colesterol nas artérias, levando-as a tornarem-se estreitas e difíceis, o que pode levar a doenças vasculares.
Para os cirurgiões vasculares, as estatinas são uma droga maravilhosa que tem feito a diferença entre a vida e a morte para muitos pacientes. Além de evitar a necessidade de cirurgias complexas.
Para pessoas que têm indicação para uso da estatina, é claramente de grande benefício tomá-las em relação aos riscos que possuem. Quem não precisa, não deve tomar. Mas foram os fatores de risco que foram hiper-promovidos e levaram algumas pessoas a temer usá-las.
Aqui estão alguns dos equívocos comuns:
Mito: Estatinas causam diabetes. Alguns estudos têm demonstrado que as estatinas podem aumentar o açúcar no sangue do paciente, talvez predispondo um paciente ao diabetes. Mas os resultados do estudo eram inconsistentes. Alguns estudos mostraram esse resultado e outros não. Pode ser que ocorra em um pequeno grupo de pessoas, ou apenas com certas estatinas ou dosagens. Mas, de qualquer maneira, é um efeito pequeno quando comparado com o número de ataques cardíacos ou derrames que elas podem ajudar a prevenir. E não é razão para deixar de usar se for indicado no seu caso.
Mito: estatinas destroem tecido muscular. Algumas pessoas começaram a ter dores musculares ou desconfortos. Isso não é incomum e geralmente pode ser tratado sem parar com as estatinas. Muitas vezes somente trocando a medicação é possível resolver isso. A maioria dos estudos mostram que muito poucos pacientes realmente pararam de tomar estatinas devido aos efeitos colaterais. É incrivelmente raro ter uma condição mais grave de ruptura muscular chamada rabdomiólise. E não é razão para deixar de usar se for indicado no seu caso.
Mito: estatinas realmente não previnem doenças vasculares. Estatinas impedem principalmente que as artérias piorem com o crescimento de uma placa aterosclerótica. Estes medicamentos ajudam a estabilizar a “tampa” na parte superior da placa, que impede a ruptura da placa aterosclerótica que pode levar a um ataque cardíaco ou derrame. Se a placa já ocorreu, temos que manter a placa tão saudável quanto possível. Estatinas não podem limpar e desobstruir as artérias, mas existem alguns casos onde as estatinas podem até causar o encolhimento da placa. Estatinas também desempenham um papel crítico na redução da inflamação, uma causa fundamental da doença cardiovascular. Portanto, não é razão para deixar de usar se for indicado no seu caso.
Mito: Tudo bem ter colesterol alto. Errado. Altos níveis de colesterol quase certamente garantem que a placa vai se acumular nas artérias. Se nada de mal te acontecer… bem, há sempre exceções à regra. Mas colesterol elevado descontrolado ao longo do tempo quase invariavelmente levará a problemas vasculares. Colesterol alto é especialmente ruim para quem tem sintomas de doença cardiovascular, teve um ataque cardíaco ou foi diagnosticado com a doença arterial periférica. Então, não é razão para deixar de usar se for indicado no seu caso.
Mito: as estatinas são caras. Algumas estatinas podem ser caras, mas algumas são muito mais baratas do que essas. Os genéricos são mais baratos que os nomes de marca. Sinvastatina é mais barata do que a maioria, e resolve a maioria dos casos. Outras como a pravastatina, rosuvastatina, lovastatina e atorvastatina genérica podem ser um pouco mais caras. De acordo com relatórios do consumidor, algumas grandes lojas e redes de drogarias têm estes medicamentos por tão pouco quanto R$12 por mês e ainda existem na Farmácia Popular. Fale com seu médico sobre opções econômicas, não é necessário começar direto com as mais caras. Portanto, não é razão para deixar de usar se for indicado no seu caso.
Mito: médicos, querem dar a todos uma estatina. Estatinas funcionam tão bem para tantas pessoas que, às vezes parece que todo o mundo está tomando essa medicação. Mas, na verdade, cada paciente deve ter essa discussão com seu próprio médico. Fatores de risco do paciente, outros problemas médicos e idade são todas considerações importantes. E, obviamente isso não é razão para deixar de usar se for indicado no seu caso.
Um paciente já tratado com uma estatina deve certificar-se de perguntar ao seu médico: “Estou com a dose certa?” . Muitas vezes os usuários de estatina não estão com a dose recomendada.
Para evitar confusão sobre informações conflitantes online, pacientes devem obter aconselhamento médico de seus médicos, cardiologistas, cirurgiões vasculares ou de fontes confiáveis.
Informação incorreta pode ser facilmente disseminada e pode ser difícil de tirar isso da mente dos pacientes. Prezamos pela informação de qualidade.