O que é uma alimentação consciente?

alimentação consciente - Anne Burrel

Você saberia dizer, com certeza, quais alimentos consumiu dois dias atrás? É muito provável que você não tenha uma resposta completa para esta pergunta. A grande maioria das pessoas não sabe dizer nem o que comeram no café da manhã no dia anterior, ou precisam fazer um grande esforço para obter esta informação. Quando falamos em alimentação consciente, estamos falando em ter clareza sobre o que se ingere diariamente. Além disso, compreender como aquele alimento impacta na sua vida e na sua saúde. 

O que é alimentação consciente?

Seguir uma alimentação consciente é se alimentar com discernimento, sabendo o que está comendo, por que está comendo determinado alimento, identificando de que forma aquele alimento impacta na sua saúde física e mental.

Você pode até falar “Ah, meu prato tem arroz, feijão e carne. Como ser mais consciente do que isso. Eu sei certinho o que tem no meu prato”. Tudo bem, mas você sabe por que escolheu estes alimentos para comer hoje? Sabe como o seu corpo reage a eles? Já fez essa relação algum dia?

A consciência é justamente o contrário do desconhecimento, da aceitação simples e fácil do que lhe é imposto ou determinado sem questionamentos. 

Você come esse alimento porque gosta, porque não deu tempo de fazer outra coisa ou porque todo mundo está comendo e este é o hábito da sua família e pronto?

Outra pergunta que vale a pena fazer para despertar a consciência ao se alimentar é o objetivo da sua alimentação. Você come porque está com fome ou porque está ansioso, nervoso, triste, irritado, cansado, etc?

Quando você percebe quais são os impactos dos alimentos na sua vida e como a sua forma de se alimentar contribui para isso, é muito mais fácil entender como tudo funciona e, assim, despertar a sua consciência alimentar.

Por que estimular uma alimentação consciente?

Qual é a razão disso tudo, de tanto falar em alimentação consciente? Simples. É através da alimentação consciente que podemos mudar a nossa relação com os alimentos que pomos no prato e saber, finalmente, como eles estão associados à nossa saúde.

Vez ou outra você faz isso, acredito. Quando diz “Ah, não como tal alimento porque ele me deixa com azia, sonolenta, com prisão de ventre, etc”.

A vida corrida, estressante e movimentada normalmente impede que tenhamos essa consciência em relação a todos os alimentos. Principalmente quando os sintomas que eles despertam não são assim tão perceptíveis.

Por isso, a importância de criar o hábito de escolher bem o que pôr no prato, de acordo com as nossas necessidades, e perceber no corpo os resultados daquela escolha. A partir daí, avaliar se é viável continuar se alimentando daquela forma ou se é melhor fazer as devidas substituições.

Bio Individualidade na alimentação: o que significa

Bio quer dizer vida e individualidade é um conjunto de características próprias e específicas, que todos nós temos. Em resumo, bio individualidade quer dizer que todos nós, seres humanos e vivos, temos prazeres, gostos, corpos e organismos diferentes.

E como usar o conceito de bio individualidade na alimentação? Ora, se somos indivíduos diversos, naturalmente uma comida que funciona bem para um pode não funcionar tão bem para o outro. 

Cada corpo funciona diferente um do outro. O que faz bem para mim pode não fazer bem para você. Ainda que eu consuma a mesma fruta que você, em mim esta fruta pode despertar algum mal-estar e enquanto para você pode ser bastante saborosa e confortável.

Vivenciamos isso diariamente dentro da nossa casa, no ambiente de trabalho ou na escola. Acontece com crianças, adolescentes, adultos e idosos. Somos seres diversos, apesar de termos muito em comum.

E é por isso que não é possível indicar uma dieta única para todo mundo. Claro que existem aqueles alimentos que são considerados saudáveis para todos e precisam fazer parte de um cardápio regular, mas até mesmo estes podem e devem ser substituídos por similares, caso o organismo do indivíduo não responda bem à sua ingestão.

A importância do autoconhecimento na alimentação

Perceber como o seu corpo funciona e reage a cada alimento que você consome. É isso que chamamos de autoconhecimento alimentar. Alimentos são usados para saciar a fome, mas a composição de alguns deles pode prejudicar o funcionamento do organismo.

Além disso, é fundamental identificar o que leva você a se alimentar de determinada forma. E só é possível perceber isso fazendo uma avaliação diária em cima dos seus hábitos alimentares. Então, vale a pena se questionar:

Como você faz as suas refeições? Em que ambiente esse momento acontece? Qual horário e por quê? Com quem você divide esse momento e qual o motivo disso? Como você se sente?

Quais alimentos consome e por quê? Como se sente depois de ingeri-los? Acha que algum deles não cai bem?

Como o seu corpo está atualmente? Disposto ou sonolento? Sente dores frequentes? Está acima do peso? 

Tudo que consumimos impacta na nossa saúde física e mental e no nosso bem-estar, afinal, nós somos o que comemos. Quando tivermos total consciência disso, será muito mais fácil fazer as escolhas corretas desde o café da manhã até o momento da ceia.

Como aprender a se alimentar de forma consciente

Devido à vida agitada que todos nós levamos é compreensível que nem todas as pessoas consigam fazer um acompanhamento consciente do que comem. Mas, tudo é uma questão de hábito e com algumas dicas é possível fazer isso dar certo. Veja só:

  • Entenda o motivo da sua fome
  • Valorize o horário das refeições
  • Evite ver televisão ou ficar ao celular durante o tempo em que se alimenta
  • Mastigue bem os alimentos e sinta o sabor deles
  • Coma coisas gostosas e que lhe façam se sentir bem
  • Comece um diário alimentar (veja o livro Dieta Antiinflamatória Estratégica)
  • Observe as reações do seu corpo
  • Faça as alterações necessárias

A alimentação consciente é a peça-chave para que possamos transformar a nossa relação com a comida e, finalmente, perceber como ela faz bem ou mal para o nosso corpo. Os alimentos não são iguais e nossos organismos também não. E quando o corpo apresenta sinais de desequilíbrio, o primeiro ponto a observar é a forma como estamos nos alimentando. Para isso, invista em uma boa dose de autoconhecimento. Uma prática que deve ser diária e constante. 

 

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