A Classificação de CEAP

classificação varizes - banco de imagens

Como os cirurgiões vasculares classificam a doença venosa.

Sumário

Embora a doença venosa seja muito comum nas pernas e coxas, elas podem aparecer de formas diferentes nas pessoas. Como já vimos, algumas pessoas podem apresentar teleangiectasias (que são os vasinhos), outras veias varicosas e teleangiectasias, outras ainda nenhuma veia visível anormal, mas podem ter uma úlcera aberta na perna. Além disso a doença venosa pode apresentar vários sintomas diferentes.

Isso fez com que fosse necessário comparar os tratamentos para as diferentes formas da doença. Para diminuir essa confusão e padronizar os estudos e o tratamento no mundo inteiro, um grupo de especialistas criou uma classificação chamada de CEAP.

Insuficiência venosa crônica
Insuficiência venosa crônica. Classificação da doença venosa.

 

A classificação de CEAP

CEAP significa

  • “C” significa clínica, ou seja, o que é visível das veias.
  • “E” de etiologia, ou seja, se o problema é herdado ou não.
  • “A” de anatomia, ou seja, quais veias estão envolvidas.
  • “P” de fisiopatologia, em inglês, significa qual a direção o sangue está fluindo, se existe refluxo, ou se o fluxo está bloqueado.

Em outras palavras esse sistema de classificação descreve o que o médico vê no exame físico, a causa do problema a localização na perna e o mecanismo responsável para a manifestação do problema.

A classificação de CEAP é usada no mundo inteiro e representa uma linguagem comum entre os médicos cirurgiões vasculares que tratam doença venosa. Ela funciona ajudando na pesquisa científica e na comunicação entre os médicos, que, como retorno para o paciente, melhora a qualidade do tratamento e os avanços tecnológicos.

A parte mais usada da classificação de CEAP é o C, ou seja, o “clínico”, que tem sete categorias, de 0 a 6.

Em geral, o termo doença venosa refere todo o espectro de C1 a C6. A insuficiência venosa é restrita a graus mais graves, como C3 a C6.

A classificação de CEAP ajuda muito os médicos a descrever a situação das veias do paciente, mas ela não classifica em nada os sintomas que os pacientes sentem ou como a doença venosa está afetando a sua vida. Para isso existe outro sistema de classificação, que é o Venous Clinical Severity Score, ou Escore de Gravidade de Clínica Venosa, que considera o quanto a doença venosa está interferindo na vida do paciente, na sua habilidade de trabalho e nas suas atividades diárias, ou seja, o quanto impacta na sua vida.

Esse escore ajuda o médico a melhor entender os pacientes que sofrem de doença venosa e ajuda a determinar se o tratamento está sendo efetivo ou não.

Em resumo, a classificação de CEAP é uma língua comum entre os médicos, facilitando a comunicação, melhorando os cuidados para os pacientes e consequentemente melhorando os resultados dos tratamentos.

Calculadora automática do CEAP:

O Dr Alexandre Amato também desenvolveu um software para auxiliar na aplicação avançada prática das duas classificações para rodar no seu próprio computador.

Neste vídeo, o Dr. Alexandre Amato, cirurgião vascular do Instituto Amato, explica sobre a classificação de gravidade para varizes que é a classificação CEAP. A classificação CEAP é usada para classificar o paciente na gravidade da sua doença e assim indicar o melhor tratamento. O C significa Clínico, o E de etiológico, o P de fisiopatológico em inglês, e o A de anatômico. A classificação CEAP varia de 1 a 6, sendo a classificação C1 aquele paciente que tem as teleangiectasias, os vasinhos fininhos nas pernas, e a classificação CEAP 2 são as veias varicosas maiores, visíveis a olho nu. A partir da classificação CEAP 3 já tem inchaço e pode haver uma insuficiência venosa crônica, insuficiência venosa profunda, e danos na pele, como manchas, hipercromia, lipodermatoesclerose, entre outras lesões. A classificação CEAP C5 é aquele paciente que já teve uma úlcera e conseguiu cicatrizar, enquanto a classificação CEAP C6 é o paciente que possui uma úlcera venosa. O tratamento para cada classificação varia de acordo com a gravidade, sendo o tratamento do CEAP C1 mais voltado para a estética, e o tratamento do CEAP C6 visando o fechamento da úlcera para depois o tratamento da insuficiência venosa.

Olá, sou Dr. Alexandre Amato, cirurgião vascular do Instituto Amato, e hoje vou falar sobre a classificação de gravidade para varizes, que é a classificação CEAP. O “C” significa Clínico, o “E” de etiológico, o “P” de fisiopatológico em inglês, e o “A” de anatômico. Então, a classificação CEAP a gente usa para classificar o paciente na sua gravidade da doença e, assim, a gente consegue indicar o melhor tratamento.

Então, quando eu falo de CEAP 1, 2 até 6, eu estou falando da classificação “C”, que é a classificação clínica. Então a classificação C1, ou CEAP 1, seria aquele paciente que tem as teleangiectasias, aqueles vasinhos bem fininhos nas pernas, e esses vasinhos incomodam esteticamente. A classificação CEAP 2 são as veias varicosas, aquelas veias maiores que podem ficar do tamanho de um dedo, às vezes um pouquinho menor, às vezes um pouquinho maior. São veias dilatadas e tortuosas visíveis a olho nu. Então, a classificação 2. A aparência das veias não importa, desde que elas já sejam maiores do que os vasinhos.

Na classificação CEAP 3, ou C3, já tem inchaço, então o edema é importante para colocar o paciente na classificação do CEAP 3 e na presença ou não de varizes. Então, pode haver uma insuficiência venosa crônica, uma insuficiência venosa profunda, algo que acaba colocando o paciente nessa classificação. A classificação CEAP 4 é aquele paciente que já tem os danos na pele por causa da insuficiência venosa. Então, ele pode apresentar manchas na pele, a hipercromia, lipodermatoesclerose, que é essa pele mais endurecida, parece um couro, pequenas manchas brancas como atrofia Alba, perda de pelos, eczema que leva coceira e várias outras lesões de pele.

A classificação CEAP C5 é aquele paciente que já teve uma úlcera e conseguiu cicatrizar. Então, ninguém que está na classificação CEAP 4 vai direto para CEAP 5, acaba indo pro CEAP 6, que é a úlcera venosa. A presença de feridas de longa duração passa a se chamar úlcera. As úlceras varicosas, úlceras venosas, úlcera hipertensão venosa. Elas são grandes feridas, muitas vezes não dói. Quando dói, alguma coisa está associada com uma infecção ou uma doença arterial. Essas úlceras, então, a classificação de CEAP C6 é o paciente que consegue tratar uma úlcera; CEAP C6 ele volta para uma classificação C5.

Então, quando a gente consegue classificar o paciente de C1 a C6, a gente consegue dizer qual é o melhor tratamento para o caso. Então, CEAP C1, o tratamento mais voltado para a estética; tratamento C2 será a microcirurgia ou o tratamento estético; o tratamento do C3 a gente começa a ter que ser um pouquinho mais invasivo para diminuir a insuficiência venosa. Tratamento no CEAP C4 tem que ser mais invasivo. A gente tem que resolver o problema, porque o próximo passo é úlcera venosa. O tratamento do C5, na verdade, é a prevenção da abertura de uma nova úlcera, e o tratamento de C6, que é a úlcera aberta. Existem várias técnicas, mas sempre visando o fechamento da úlcera para depois o tratamento da insuficiência venosa.

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